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Fórmula 1: 'clã' dos Fittipaldi já tem seu 4º membro e pode aumentar em breve

Três pilotos com experiência na Fórmula 1, um quarto chegando na categoria e mais dois a caminho. Quantas famílias no mundo produziram tantos talentos como o “clã” dos Fittipaldi?

Há, claro, o bicampeão mundial Emerson. Tem também seu irmão Wilsinho, que correu por Brabham e Copersucar nos anos 70, além de seu sobrinho Christian, de Minardi e Arrows nos anos 90. Na última sexta, o neto Pietro foi anunciado como piloto de testes da Haas. Está bom ou quer mais?

“Espero que um dia vá ter os três juntos: o Pietro, o Enzo e o Emmo”, disse Emerson ao ESPN.com.br no último sábado, em Interlagos. O mais conhecido da família já prepara a nova ‘fornada’, com o irmão de Pietro e também com seu próprio filho.

O ‘segredo’ dos Fittipaldi

O motivo de tamanho sucesso? Está justamente na família e em como o entusiasmo passa de pai para filho.

“(O segredo) é o que meu pai me ensinou: faça com amor, com dedicação, com paixão”, comenta Emerson. Algo que o descendente de italianos e progenitor do ‘clã’, o radialista Wilson Fittipaldi, soube muito bem transmitir.

“Eu venho de uma grande família de corredores, o que é um grande privilégio. Mas se não fosse por minha mãe e meu pai, todo o sacrifício que eles fizeram desde que eu era pequeno... Minha mãe me levava todos os fins de semana para correr de kart. Ela sempre estava na estrada comigo e com meu irmão quando tínhamos corridas”, conta Pietro Fittipaldi.

“Eu morava em Miami e nós mudamos para a Carolina do Norte por causa de mim, porque eu comecei a correr na Nascar. Então eles fizeram muitos sacrifícios para eu e meu irmão seguirmos nosso sonho”, corrobora o mais novo piloto de testes da Haas.

Enzo: o próximo na linha?

Campeão da Fórmula 4 italiana e membro da Academia de Pilotos da Ferrari, Enzo Fittipaldi também aproveita de toda a paixão da família para seguir o sonho da Fórmula 1.

“Estou aprendendo muito com meu irmão e vou seguir os passos dele”, afirmou Enzo no último sábado ao ESPN.com.br. “Estou muito feliz por ele. Ele é um exemplo de campeão e de superação. Depois do acidente, ele se recuperou e está mais que 100% preparado. Mentalmente está mais forte. Vejo uma grande carreira pela frente”, disse.

Enzo e Pietro também são sobrinhos de Massimiliano “Max” Papis, piloto italiano com longa carreira na Nascar e uma temporada na Fórmula 1, pela Arrows.

“É uma honra ser parte dessa família”, resumiu o jovem Fittipaldi.

E já tem até ‘fila de espera’, pois o pequeno Emmo, filho de Emerson, já começa sua carreira no kart... Vem mais por aí?

Não é só o sobrenome

“Nós não trouxemos o Pietro porque ele traz dinheiro. Não tem nada a ver com isso. Todos dizem que porque ele é um Fittipaldi, é a publicidade... Não é”, afirmou Gunther Steiner, chefe de equipe da Haas, no último sábado.

O dirigente elogiou a versatilidade e o comprometimento do seu contratado e afirmou que a ajuda que sua família pode trazer é dificultando que ele se iluda com o mundo da F-1.

“Ele sabia do que seria necessário, foi lá e fez. E ele não escolheu o caminho mais fácil com seu sobrenome. Há muito mais oportunidades se chamando Fittipaldi, mas ele escolheu o caminho difícil. Foi para os Estados Unidos, algo que nenhum dos Fittipaldi tinha feito antes”, defendeu Gunther.

E embora prometa dar muito trabalho a Pietro nos simuladores, o chefe de equipe acredita que o brasileiro está num dos melhores empregos possíveis para entrada na categoria.

“Esses caras novos, só fazendo treinos livres, não adianta. Porque você não entende como a Fórmula 1 funciona. Você precisa fazer mais, estar integrado num time, entender como se desenvolve um carro. E isso só vem dirigindo o carro e dirigindo o simulador. E espero que possamos fazer um primeiro treino livre ano que vem. Se tivermos a oportunidade, adoraríamos”, projetou.

Quantos pilotos mais a família Fittipaldi vai produzir, só o tempo dirá. Mas o capítulo seguinte começa já na próxima etapa, em Abu Dhabi, quando Pietro iniciar seus trabalhos com a Haas. Neste domingo, ele acompanhará o GP do Brasil em Interlagos, onde já começa a observar seu futuro mais de perto.