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Ocón viu família vender casa por seu sonho, morou em van e se inspira em Massa e Alonso para dar a volta por cima na F-1

Com apenas 22 anos, Esteban Ocón é visto como um futuro campeão na Fórmula 1. Mas ao mesmo tempo em que ele é um talento promissor, também não passa imune à falta de assentos em meio aos pilotos pagantes e as “bases” de Ferrari, Red Bull e Mercedes – escuderia da qual ele faz parte inclusive – no atual circo da principal categoria do automobilismo.

No cenário atual, restam apenas três vagas na Fórmula 1 em 2019: uma na Toro Rosso, que deve ser completada por um piloto da academia da Red Bull, uma na Racing Point, provavelmente de Lance Stroll, já que seu pai é acionista da equipe, e uma na Williams. É mais provável que Ocón brigue apenas pelo assento da escuderia tradicional britânica.

Mas o jovem francês já passou por dificuldades na vida maiores do que essa que o atinge atualmente.

Filho de mecânico, o francês viu seus pais abrirem mão até da própria casa em que moravam para sustentar o sonho do jovem Esteban ainda no kart. E onde eles foram viver? Em uma van.

“Meus pais deram tudo o que podiam, não sobrou mais nada. Não moramos mais na casa na garagem para financiar minha carreira. Morávamos numa van”, disse Ocón, ao podcast oficial da F-1.

“Eu terminava um fim de semana de corrida, meu pai parava a van na frente da escola, eu dormia, ouvia o sino tocar, acordava e ia para a escola. Eu tinha 11 ou 12 anos, eu era feliz vivendo numa van”, afirmou à agência Reuters.

Em uma era em que a muitos dos pilotos do grid atual vêm de berço de ouro ou contam com fortes patrocinadores que colocam a habilidade do atleta em dúvida, como Lance Stroll, Sergey Sirotkin e Marcus Ericsson, Ocón vai na contramão.

“Infelizmente eu passei por muitos tempos ruins, mas sempre consegui supera-los e continuar evoluindo e dando os passos adiante mesmo que as coisas conspirem para me levar para baixo. Teve situações piores do que essa”, analisou o piloto, ao ESPN.com.br.

Depois de ganhar títulos no kart na Europa morando em uma van com os pais e o seu cachorro, Ocón foi contratado pelo programa de pilotos da Renault aos 14 anos de idade. Em 2014, aos 16, ele foi campeão europeu de Fórmula 3 num campeonato que teve ninguém menos do que Max Verstappen em terceiro e Antonio Giovinazzi em sexto – ambos na F-1 em 2019.

No ano seguinte, ele foi campeão da GP3, categoria de acesso da Fórmula 1 e foi contratado para o programa de pilotos da Mercedes, onde permanece desde então.

Mas engana-se quem pensa que as batalhas com Verstappen na pista terminaram em 2014. Pelo menos é o que o francês pensa.

“Nós vamos lutar juntos no futuro, não estou preocupado. Quando ele chegou na Fórmula 1 eu falei que minha hora chegaria, e isso aconteceu. Eu acredito no meu trabalho, estou dando meu máximo. Eu acredito que no futuro vamos lutar de novo”, finalizou.