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Semana MLB: Guia das finais de liga (com grade de transmissões)

Justin Verlander (Houston Astros), Corey Seager (Texas Rangers), Bryce Harper (Philadelphia Phillies) e Corbin Carroll (Arizona Diamondbacks) Brace Hemmelgarn/Minnesota Twins/Getty Images | Greg Fiume/Getty Images | im Nwachukwu/Getty Images | Harry How/Getty Images

Os playoffs da Major League Baseball costumam ser dos mais imprevisíveis das grandes ligas americanas.

Até estatisticamente isso se prova, com o time de melhor campanha passando em apenas 54% das vezes (contra 64% da NHL, 66% da NFL e 75% da NBA). Ainda assim, a pós-temporada de 2023 tem exagerado na maluquice dos resultados. Até agora, em apenas duas das oito séries disputadas teve o time de melhor campanha avançando (Houston Astros x Minnesota Twins e Philadelphia Phillies x Miami Marlins). Em jogos, os times de pior campanha venceram 16 e perderam apenas 6.

O rescaldo disso tudo a gente pode ver nas finais de liga. As cinco melhores campanhas da temporada regular já estão fora da disputa, e todos os sobreviventes mostraram tanta capacidade de entender as particularidades do mata-mata quanto apresentaram vulnerabilidades ao longo do ano.

Por isso, a sensação é de que as quatro equipes na disputa têm um caminho para pensar no título. Veja abaixo as armas de cada time e o que esperar dos confrontos. Ao final, a grade de programação dessa fase, claro.

LIGA AMERICANA

O confronto que a MLB queria desde 2013, quando o Houston Astros migrou da Liga Nacional para a Americana. Um dos objetivos da mudança era justamente criar uma rivalidade forte com o Texas Rangers, algo que ficaria muito mais fácil se as franquias estivessem na mesma divisão e fizessem confrontos diretos por classificação.

No entanto, poucas vezes isso efetivamente aconteceu. Sempre um deles estava muito bem e o outro, mal. A exceção foi 2015, quando os Rangers atropelaram os Astros e levaram o título de uma divisão que esteve sob controle do Houston durante quase toda a temporada regular. Ainda assim, não se enfrentaram nos playoffs.

A rivalidade começou a surgir, mas ela deve decolar após o confronto deste ano. Os Astros têm uma dinastia na Liga Americana, com quatro títulos e dois vices em seis anos. Mas os Rangers apareceram com um investimento pesado e ousado em reforços, e um time que pratica um beisebol bastante divertido. É realmente difícil prever um vencedor para esse confronto, que pode perfeitamente ir a sete jogos.

Para a MLB, seria espetacular se essa rivalidade se estabelecesse. Ela serviria de referência para o beisebol no Texas, podendo reforçar a presença da liga em um estado tradicionalmente dominado pelo futebol americano.

HOUSTON ASTROS

Ataque: Ainda não deslanchou completamente. Os cubanos Yordan Álvarez e José Abreu são os nomes mais quentes nos playoffs, mas dá para esperar mais produção por parte de José Altuve, Kyle Tucker e Alex Bregman na pós-temporada. Se esse trio esquentar, os Astros passam a ter um ataque capaz de causar dano a qualquer arremessador.

Rotação: Justin Verlander é a referência. O veterano tem a incumbência de garantir duas vitórias – e duas participações longas, poupando o bullpen – nos jogos em que for o abridor. Mostrou isso na série contra o Minnesota Twins, com seis entradas sem ceder corrida alguma. Cristian Javier é outro nome interessante. O dominicano não fez uma grande temporada, mas teve uma grande atuação contra os Twins, reforçando a boa imagem deixada nos playoffs do ano passado. Tanto que Javier talvez desperte mais confiança que Framber Valdez, que foi muito mais confiável ao longo do ano, mas já fez um jogo muito ruim neste mata-mata. José Urquidy fecha a lista, provavelmente fazendo uma abertura mais curta em um jogo que dependerá muito dos relievers.

Bullpen: São quatro braços realmente confiáveis – Ryan Pressly, Phil Maton, Rafael Montero e Bryan Abreu – que devem se revezar nas entradas finais. Hector Neris e Kendall Graveman foram bem na temporada regular e podem aparecer também. É um grupo considerado confiável, e que pode ter algum descanso nos dias em que Verlander e Javier forem os abridores. Falta um especialista canhoto, mas já era assim no ano passado e isso não impediu o título dos Astros.

Técnico: Dusty Baker é uma das figuras mais amadas da MLB. Como técnico, é um grande montador de times e ótimo gestor de grupo. No entanto, sua capacidade estratégica – sobretudo no manejo do bullpen – é vista como falha.

TEXAS RANGERS

Ataque: Talvez o melhor entre os times que ainda estão vivos. São quatro jogadores – Corey Seager, Josh Jung, Evan Carter e Mitch Garver – com 40% ou mais de aproveitamento no bastão nos playoffs, e mais um com 29,2% (Adolis García). Mas não há dependência desses nomes, tanto que todo o ataque tem jogadores com ao menos duas corridas impulsionadas nesses playoffs.

Rotação: Como os Rangers atropelaram seus dois adversários anteriores nos playoffs, ainda há dúvidas sobre como o time trabalhará com seus abridores. É certo que Nathan Eovaldi (um monstro em playoffs) e Jordan Montgomery (discreto, mas muito eficiente) serão os dois principais membros da rotação. Andrew Heaney foi o terceiro até agora, mas Dane Dunning deve ganhar espaço numa série melhor de sete, com Heaney virando o abridor em um dia de uso mais intensivo do bullpen.

Bullpen: Apesar de nomes pesados e com história de fechar jogo em playoffs como Aroldis Chapman e Will Smith, o fechador é José Leclerc. Cody Bradford e Josh Sborz também têm entrado para entradas importantes, mas não estranhem se Dunning e Heaney trabalhem também como relievers.

Técnico: Bruce Bochy é um dos técnicos mais vitoriosos da MLB, com três títulos pelo San Francisco Giants em 2010, 12 e 14. Apesar de ter levado muita cornetada no final de sua passagem pelos Gigantes, é tido como um treinador hábil para escolher as substituições de arremessadores em cenários de playoffs. Em 2012, inclusive, venceu Dusty Baker no único confronto entre os dois em pós-temporada (3 a 2 de virada dos Giants sobre o Cincinnati Reds).

LIGA NACIONAL

Este confronto tem um favorito mais claro que o da Liga Americana. O Philadelphia Phillies já dava pinta de uma equipe que poderia crescer no mata-mata pela maneira como o elenco foi montado. Depois de passar por Miami Marlins e, principalmente, Atlanta Braves com grandes atuações no montinho e home runs decisivos, parece estar no embalo perfeito para a pós-temporada.

Resta ao Arizona Diamondbacks usar a imagem de azarão para jogar pressão sobre o adversário e crescer. Não seria inédito. As Cascaveis não eram favoritas em nenhum dos confrontos anteriores dos playoffs, contra Milwaukee Brewers e Los Angeles Dodgers, e ainda assim venceram todos os cinco jogos que disputaram.

PHILADELPHIA PHILLIES

Ataque: Não chega a ser o dos Rangers, mas é parecido. Com Bryce Harper, Nick Castellanos, Trea Turner, JT Realmuto e Kyle Schwarber (este último nem apareceu direito nos playoffs ainda), os Phillies passam a sensação de que pode vir um home run a todo momento. E muitas vezes isso acontece, com 13 quadrangulares em seis partidas na pós-temporada até agora.

Rotação: A estratégia dos Phillies no montinho é clara: nos dias em que Zack Wheeler e Aaron Nola arremessam, contar com partidas longas e eficientes dos dois para deixar apenas duas entradas para o bullpen finalizar a vitória; no dia de Ranger Suárez abrir, os relievers entram mais cedo e tentam segurar quatro ou cinco entradas. Em uma série melhor de sete, Taijuan Walker ou Christopher Sánchez podem pintar como o quarto abridor, mas também com a missão de chegar só até a quinta entrada, o que vier a mais é lucro. Não é aquela super-rotação completa, mas é um formato que pode funcionar bem em situação de playoff.

Bullpen: Não dá para dizer que é um bullpen cheio de variedade, permitindo criar encaixes para cada rebatedor que vier pela frente. No entanto, tem a quantidade necessária de jogadores eficientes para fazer as entradas finais de cada jogo. Craig Kimbrel, José Alvarado, Seranthony Domínguez e Orion Kerkering tendem a aparecer bastante. Se a série for longa, para seis ou sete jogos, é preciso ver se alguns desses arremessadores não estarão com sobrecarga.

Técnico: Rob Thomson é veterano no beisebol, mas ficou em funções secundárias até o ano passado, quando assumiu o banco dos Phillies. Já se mostrou muito habilidoso do ponto de vista estratégico nos playoffs do ano passado e na série contra os Braves neste ano.

ARIZONA DIAMONDBACKS

Ataque: Não tem a força dos outros três concorrentes, mas tenta compensar com o trabalho em bases. São cinco jogadores com mais de 34% de percentual em base e sete bases roubadas nos cinco jogos de playoffs até agora. O catalisador disso é Corbin Carroll, candidato ao prêmio de estreante do ano na Liga Nacional e primeiro rebatedor na ordem dos Dbacks. Ketel Marté também dá suporte nessa dinâmica ofensiva, com o catcher Gabriel Moreno (outro estreante) sendo o responsável pelas rebatidas de força.

Rotação: Situação parecida com a dos Phillies: dois ótimos abridores (Zac Gallen e Merrill Kelly) e um mediano (Brandon Pfaadt). O problema é que, a partir disso, as opções são ainda menos confiáveis que as dos Phillies. Talvez a missão recaia sobre Ryne Nelson, que iniciaria um jogo de, na prática, seria do bullpen.

Bullpen: Paul Sewald é o fechador. Ele costuma dar susto na torcida, colocar corredor em base, mas até agora fez o serviço quando foi acionado nos playoffs. Antes dele, vale destacar Ryan Thompson e Andrew Saalfrank, que já subiram ao montinho em momentos delicados e foram muito bem. Joe Mantiply também pode aparecer em situações críticas. Considerando ainda Kevin Ginkel, Miguel Castro, Luis Frías e até Ryne Nelson (quando não for o abridor), o Arizona está bem na quantidade de opções no bullpen.

Técnico: Torey Lovullo teve poucas oportunidades para mostrar sua capacidade estratégica em playoffs, mas tomou decisões ousadas que funcionaram bem contra Brewers e Dodgers.

PROGRAMAÇÃO #MLBnaESPN

Domingo, 15/out

  • 21h - Texas Rangers x Houston Astros, jogo 1 (ESPN 4 e Star+)

Segunda, 16/out

  • 17h30 - Texas Rangers x Houston Astros, jogo 2 (ESPN 4 e Star+)

  • 21h - Arizona Diamondbacks x Philadelphia Phillies, jogo 1 (ESPN 4 e Star+)

Terça, 17/out

  • 21h - Arizona Diamondbacks x Philadelphia Phillies, jogo 2 (ESPN 4 e Star+)

Quarta, 18/out

  • 21h - Houston Astros x Texas Rangers, jogo 3 (ESPN 2 e Star+)

Quinta, 19/out

  • 18h - Philadelphia Phillies x Arizona Diamondbacks, jogo 3 (ESPN 3 e Star+)

  • 21h - Houston Astros x Texas Rangers, jogo 4 (ESPN 3 e Star+)

Sexta, 20/out

  • 18h - Houston Astros x Texas Rangers, jogo 5 (ESPN 2 e Star+)

  • 21h - Philadelphia Phillies x Arizona Diamondbacks, jogo 4 (ESPN 3 e Star+)

Sábado, 21/out

  • 21h - Philadelphia Phillies x Arizona Diamondbacks, jogo 5 (ESPN 2 e Star+)

Domingo, 22/out

  • 21h - Texas Rangers x Houston Astros, jogo 6 (ESPN 3 e Star+)

Segunda, 23/out*

  • 18h - Arizona Diamondbacks x Philadelphia Phillies, jogo 6 (ESPN 4 e Star+)

  • 21h - Texas Rangers x Houston Astros, jogo 7 (ESPN 4 e Star+)

Terça, 24/out

  • 21h - Arizona Diamondbacks x Philadelphia Phillies, jogo 7 (ESPN 4 e Star+)

*No dia 23, é possível que apenas o jogo previsto para o final da tarde (Diamondbacks x Phillies) ocorra, por definição prematura da série entre Astros e Rangers. Nesse caso, é provável que a partida da tarde mude para às 21h para acomodar melhor as necessidades do público e da TV americana.

Obs: Horários de Brasília. Grades sujeitas a alteração