Neste sábado (28), África do Sul e Nova Zelândia fazem a grande final da Copa do Mundo de rugby 2023, às 16h (de Brasília), com transmissão AO VIVO pela ESPN no Star+.
A partida marcará a "revanche" da famosa decisão de 1995, vencida pelos Springboks em cima dos favoritaços All Blacks por 15 a 12.
Esse jogo foi tão épico que virou até filme de Hollywood: "Invictus", lançado em 2009 e dirigido pelo premiado Clint Eastwood, com os atores Morgan Freeman e Matt Damon sendo indicados ao Oscar.
A final de 1995 foi um momento definidor na história do esporte e da própria África do Sul como nação, já que o país vinha passando por transformações decisivas.
Antes do torneio, foi extinto o Apartheid, sistema de segregação racial que vigorou por quase cinco décadas, e Nelson Mandela foi eleito no primeiro pleito democrático da história do país.
Por causa do Apartheid, inclusive, a África do Sul foi impedida de participar das duas primeiras edições da Copa do Mundo de rugby, disputando em 1995 seu primeiro Mundial - e faturando a taça logo de cara.
Quanto ao jogo em si, foi uma batalha épica, cheia de heróis e vilões e com emoção até os segundos finais da prorrogação.
Nova Zelândia e África do Sul vão se enfrentar pela decisão da Copa do Mundo de rugby de 2019
Veja o que aconteceu com os principais personagens daquela partida:
África do Sul
François Pienaar: O capitão da África do Sul foi interpretado por Matt Damon. No filme, ele é mostrado como um especialista em motivação e união da equipe, desenvolvendo também uma grande relação com Nelson Mandela (Morgan Freeman) - prova disso é que, no dia da final, Mandela usou a camisa do Springboks com o nº 6, o mesmo de Pienaar. Depois do título, ele defendeu a seleção sul-africana até 1996, partindo depois para atuar no rugby inglês, pelo tradicional Saracens. Em 2000, o flanker se aposentou como atleta e virou técnico e CEO do próprio Saracens, dirigindo o time até 2002. Tido como herói nacional, ele ficou em 50º lugar na eleição dos 100 maiores sul-africanos da história, organizada em 2004 pelo canal SABC3. No ano seguinte, entrou para o Hall da Fama do rugby, sendo imortalizado de vez. Atualmente, ele mora em Cape Town, na África do Sul, com sua esposa, Nerine. Os dois filhos do casal tiveram Nelson Mandela como padrinho. Ainda ligado ao esporte, ele foi durante muito tempo comentarista de TV, participando das transmissões das Copas de 2007, 2011 e 2015 pelo canal britânico ITV.
Joel Stransky: Ao lado de Pienaar, o fly half foi o grande herói da vitória sul-africana na final. Mostrando uma precisão absurda em um jogo de enorme tensão, ele fez todos os 15 pontos dos Springboks, convertendo três pênaltis e acertando dois drop goals - inclusive o que decidiu a partida, já na prorrogação. Assim como Pienaar, o camisa 10 jogou pela seleção até 1996, partindo depois para atuar no Leicester Tigers, da Inglaterra. Ele pendurou as chuteiras em 1999, trabalhando posteriormente também como comentarista de TV. Formado em administração, ele trabalhou também em diversas empresas, atuando como diretor de marketing e finanças em companhias de vendas e investimentos. No filme, Stransky foi interpretado por Scott Eastwood, filho do diretor Clint Eastwood.
Chester Williams: O winger fez história por ser o único jogador negro do elenco campeão do mundo dos Springboks em 1995. Foi especialmente importante na fase de mata-matas daquele Mundial, marcando quatro tries e sendo titular nas quartas, semis e na grande final. Defendeu a seleção até 2000, aposentando-se do rugby um ano depois por causa de lesões no joelho. Depois de parar, trabalhou por muitos anos como técnico, comandando clubes e seleções, e participou de várias turnês mundiais para palestrar sobre inclusão no esporte - ele inclusive participou de uma clínica de rugby no Brasil, em 2014. Considerado um dos maiores nomes do esporte sul-africano, carregou a tocha olímpica por seu país antes de Atenas-2004 e Rio de Janeiro-2016. Chester acabou morrendo cedo, com apenas 49 anos, ao sofrer um ataque cardíaco em 2019.
Nova Zelândia
Jonah Lomu: Um dos maiores jogadores da história do rugby, Lomu fez sua estreia em Copas do Mundo em 1995 e deixou o mundo boquiaberto pela forma avassaladora de passar por seus marcadores como se eles não fossem nada. A preocupação com ele antes da final foi tão grande que até Nelson Mandela pediu ao elenco da África do Sul se esforçar em dobro para brecar o titã. Antes da final, o filme também mostra o presidente pedindo a Lomu para "pegar leve" durante o jogo. O winger foi mesmo bem marcado e terminou a decisão sem marcar tries, mas terminou o Mundial como grande destaque individual do torneio. Ele defendeu os All Blacks até 2002 e disputou mais uma edição de Copa, em 1999, caindo na semifinal. Depois de se aposentar de fato do rugby, em 2007, ele seguiu ligado ao esporte, participando de jogos beneficentes e até de concursos de bodybuilding. O craque, porém, passou muitos anos lutando contra uma doença nos rins, tendo até que passar por transplante, em 2004. Sua saúde acabou se deteriorando e ele morreu em 2015, com apenas 40 anos, ao sofrer um ataque cardíaco. Lomu segue sendo lembrado como um dos maiores nomes da história da Nova Zelândia e um dos maiores atletas de todos os tempos.
Andrew Mehrtens: O camisa 10 dos All Blacks viveu uma situação curiosa naquele Mundial. Nascido na cidade de Durban, no litoral da África do Sul, ele se mudou aos quatro anos para a Nova Zelândia com os país e optou por defender os All Blacks. Na final, por pouco ele não fez seu país natal chorar a derrota, marcando todos os 12 pontos dos neo-zelandeses em chutes precisos durante o jogo. Assim como Lomu, teve outra chance de ser campeão mundial em 1999, mas acabou sendo eliminado na semifinal contra a França, apesar de mais uma boa atuação. Mehrtens se aposentou em 2007, após uma ótima carreira por clubes europeus como Racing Métro 92, Toulon e Harlequins, e passou a trabalhar como treinador de chutes - sua especialidade na carreira. Atualmente, ele vive em Sydney e trabalha como comentarista do canal Stan Sport, um dos principais veículos esportivos da Austrália.
Onde assistir à final África do Sul x Nova Zelândia?
África do Sul x Nova Zelândia, neste sábado (28), às 16h (de Brasília), pela final da Copa do Mundo de rugby, tem transmissão ao vivo pela ESPN no Star+.