Fernando Alonso encerra neste fim de semana, em Abu Dhabi, uma das mais talentosas carreiras na história da Fórmula 1. Mas o ciclo do espanhol bicampeão mundial não pode ser encerrado sem um “e se” em diversos momentos de seus 17 anos na maior categoria do automobilismo.
São 32 vitórias e dois títulos da Fórmula 1. Mas devido a seu talento, é possível imaginar que ele tivesse mais troféus de campeão mundial na sua estante se tivesse tomado algumas decisões diferentes em sua carreira, já que por duas vezes a (falta de) paciência lhe custou provavelmente algumas vitórias
E se ele não tivesse ‘implodido’ a McLaren em 2007?
Alonso chegou à equipe britânica como bicampeão do mundo e pronto para o terceiro título. Mas logo de cara não esperava que um calouro chamado Lewis Hamilton fosse dar tanto trabalho. Chateado com o não favorecimento de Ron Dennis, o espanhol levou a briga ao extremo.
Primeiro bloqueando Hamilton durante o treino classificatório na Hungria. Depois, chantageando Dennis de ir a FIA denunciar o esquema de espionagem que depois foi descoberto e resultou na McLaren sendo excluída do Mundial de Construtores daquele ano. No fim, Alonso e Hamilton perderam o título na última corrida para Kimi Raikkonen e a Ferrari.
Ali claramente poderia ter sido a chance do tri. E no ano seguinte, vencido pela McLaren de Hamilton, o tetra também poderia ter isso para o espanhol, mas ele optou por retornar à Renault, que já não tinha mais um carro de ponta à época.
Red Bull?
Quando estava de saída da McLaren, Alonso teve a opção de ir para a Red Bull, uma equipe que não havia conquistado nenhuma vitória na Fórmula 1 ainda e certamente não brigaria pelo título em 2008. Mas ele preferiu voltar para os braços de Flavio Briatore.
Se Alonso tivesse apostado na equipe austríaca, que foi vice-campeã de Construtores em 2009, Alonso poderia ser o que seu maior ‘nêmesis’ foi. Em 2010, 2012 e 2013, o espanhol viu a Red Bull de Sebastian Vettel ser campeã e ele ficar com o vice. As frustrações de Alonso, que levou um carro limitado da Ferrari a disputa do título em todas essas ocasiões, fizeram ele sair da Ferrari em 2014 e regressar à McLaren.
E se ele tivesse ficado na Ferrari?
No ano seguinte a sua saída, a Ferrari voltou a ganhar corridas e a figurar no pódio com Sebastian Vettel, em 2015. É fato que a equipe italiana não venceu em 2016, mas em 2017 e 2018 disputou o título até o fim.
Já Alonso sofreu por três anos com o motor Honda. Mas em 2018 ficou evidente que o problema da McLaren ia além da unidade de potência.
Quantos títulos ele teria?
Tivesse Alonso ficado na McLaren em 2008 e na Ferrari em 2015, seria difícil imaginar que ele não tivesse ganho pelo menos mais um título. Na verdade, ele poderia nem estar se aposentando da Fórmula 1 no momento.
Mas não é apenas culpa das suas escolhas de equipe. Alonso teve o título nas mãos em 2010, quando chegou na última corrida do ano, em Abu Dhabi, na liderança do campeonato e 15 pontos à frente de Vettel. Mas, na prova, foi incapaz de passar a Renault de Vitaly Petrov e viu o alemão ser o campeão.
De uma forma ou de outra, foi um prazer ver Fernando Alonso correr na principal categoria do automobilismo mundial por quase duas décadas.