Já estamos na última semana das Olimpíadas de Tóquio e a pergunta é clara: ainda é possível que o Brasil quebre o seu recorde de 19 medalhas que conseguiu no Rio de Janeiro, em 2016? Quais são os esportes em que o país ainda tem chances para isso?
O ESPN.com.br olhou os próximos dias de disputa traz a chance do Time Brasil em cada um dos esportes que o país ainda vai disputar na capital japonesa.
* Matéria atualizada após as medalhas de Alison dos Santos e Martine Grael/Kahena Kunze
O recorde ainda é possível
O Brasil está com 12 medalhas no momento: três ouros, três pratas e seis bronzes.
Mas há uma coisa que o quadro de medalhas não diz: o país já tem mais duas medalhas garantidas no boxe, esperando apenas para saber se serão de bronze, prata ou ouro.
São necessárias, portanto, mais cinco medalhas para igualar o recorde ou seis para superá-lo.
E há, sim, chances! O Brasil é favorito a pelo menos quatro pódios daqui para frente: Beatriz Ferreira (boxe), futebol masculino, Ana Marcela Cunha (natação), e vôlei masculino.
E chega com boas chances em mais seis: Darlan Romani (atletismo), Isaquias Queiroz (canoagem), Luizinho (skate), Pedro Quintas (skate), Alison-Evandro (vôlei de praia) e vôlei feminino.
Claro que é bastante improvável que todas essas medalhas sejam conquistadas. Mas também há chances de outro "pódios-surpresa" - com Thiago Braz no salto com vara, por exemplo.
E a projeção?
Antes de as Olimpíadas começaram, o ESPN.com.br publicou uma projeção de medalhas feitas pela Gracenote - subsidiária da Nielsen. Eram 24 medalhas para o Brasil: sete de ouro, cinco de prata e 12 de bronze.
Destas, o Brasil já não conquistou ou não tem mais chances de conquistar 10: Agatha e Duda (vôlei de praia), Nathalie Moellhausen (esgrima), Arthur Nory (ginástica), Rafael Silva (judô), Maria Suelen Altheman (judô), Equipe do judô, Pâmela Rosa (skate), Gabriel Medina (surfe), Tatiana Weston-Webb (surfe) e Revezamento 4x100m masculino da natação.
Porém, ganhou sete que não estavam projetadas: duas de Rebeca Andrade (ginástica), Bruno Fratus (natação), Fernando Scheffer (natação), Daniel Cargnin (judô), Mayra Aguiar (judô) e Luisa Stefani/Laura Pigossi (tênis).
Na conta simples, o saldo é negativo de 3 - o que ainda deixaria uma projeção final de 21 medalhas para o Brasil, acima do recorde.
Veja as chances do Brasil em cada esporte que ainda está em disputa
ATLETISMO
9 provas de medalha com Brasil na disputa
Depos do bronze de Alison dos Santos, o atletismo tem mais algumas chances de medalha.
A melhor delas é com Darlan Romani no arremesso de peso. Ele estreia na manhã de terça-feira e tem ótimas marcas recentes, mas vem batendo na trave por um “azar”: está disputando em meio a uma das melhores gerações da história. O brasileiro estaria em 11º lugar em um “ranking” de toda história da modalidade, mas tem três concorrentes com marcas ainda melhores que as dele: o neozelandês Tomas Walsh e os norte-americanos Joe Kovacs e Ryan Crouser, atual campeão olímpico e recordista mundial. A final é no dia 5.
Também na manhã de terça, Thiago Braz tenta repetir a surpresa do Rio no salto com vara. De novo, ele não chega como favorito, mas pode beliscar um pódio. O sueco Armand Duplantis é o atual recordista mundial e tem tudo para levar o ouro. Outros quatro atletas têm marcas melhores na temporada, incluindo o francês Renaud Lavillenie.
Erica Sena e Caio Bonfim, ambos da marcha atlética, parecem ser os outros candidatos a zebra.
BOXE
4 provas de medalha com Brasil na disputa
Duas medalhas já estão garantidas: Abner Teixeira e Hebert Conceição estão nas semifinais e têm pelo menos o bronze assegurado.
Beatriz Ferreira, que é campeã mundial e favorita ao ouro, está nas quartas de final, a uma luta de também garantir pódio. Ela pega a uzbeque Raykhona Kodirova na madrugada desta terça.
Wanderson de Oliveira está na mesma situação, mas tem pedreira pela frente: enfrenta o cubano Julio la Cruz.
CANOAGEM
1 prova de medalhas com Brasil na disputa
Isaquias Queiroz não conseguiu a medalha do C2 ao lado de Jacky Goodman. Mas ainda tem mais uma boa chance: ele vai brigar por pódio na competição individual, a C1, e chega como um dos favoritos. As provas começam na próxima quinta-feira.
FUTEBOL
1 prova de medalha com Brasil na disputa
A seleção masculina, atual campeã olímpica, está na semifinal e vai enfrentar o México no começo da manhã desta terça-feira. Segue como uma das favoritas ao ouro, mas ainda não chegou a convencer em Tóquio.
GINÁSTICA ARTÍSTICA
1 prova de medalha com Brasil na disputa
O Brasil já levou duas medalhas com Rebeca Andrade e tem ainda mais uma chance de pódio: Flavia Saraiva disputa a final da trave na manhã desta terça-feira. Mas ela chega à decisão apenas com a oitava nota. E ainda terá entre as concorrentes a americana Simone Biles, que, após desistir de algumas provas para cuidar de sua saúde mental, confirmou presença no aparelho.
GINÁSTICA RÍTMICA
1 prova de medalha com Brasil na disputa
Uma medalha na ginástica rítmica seria uma surpresa enorme. O Brasil será representado apenas na disputa por equipes e vai brigar por uma vaga na final – o que já seria o melhor resultado da história do país.
HIPISMO
2 provas de medalhas com Brasil na disputa
O Brasil não chega como favorito aos pódios do hipismo, mas tem chances de surpreender em sua principal especialidade: os saltos. A possibilidade de uma grata surpresa é maior na disputa por equipes, que é bastante equilibrada. Mas uma “zebra” positiva no individual não é impossível, principalmente com Marlon Zanotelli e Rodrigo Pessoa.
NATAÇÃO
Terminadas as provas de piscina, o Brasil segue com uma grande chance de medalha: Ana Marcela Cunha, na maratona aquática.
Com 11 medalhas em Mundiais, ela vai para Tóquio tentando conseguiu a sua primeira olímpica.
PENTATLO MODERNO
1 prova de medalha com Brasil na disputa
Iêda Guimarães é a única representante brasileira no pentatlo moderno, mas não está cotada para brigar entre as primeiras colocadas de sua prova.
SALTOS ORNAMENTAIS
3 provas de medalha com o Brasil na disputa
Nenhum dos três atletas brasileiros está cotado para brigar por pódio nos saltos ornamentais. Classificações às finais já seriam grandes resultados.
SKATE
2 provas de medalha com Brasil na disputa
O skate já deu duas medalhas ao Brasil, ambas de prata no street: Kelvin Hoefler e Rayssa Leal.
Restam agora as competições de Park. As maiores chances são no masculino. Luiz Francisco, o Luizinho, e Pedro Quintas foram prata e bronze no Mundial de 2019. E Pedro Barros é um dos grandes nomes da história da modalidade. A competição acontece na madrugada de 4 para 5 de agosto.
VELA
1 prova de medalha em que o Brasil tem chances
Martine Grael e Kahena Kunze já garantiram a tradicional medalha da vela nas Olimpíadas - e foi logo de ouro!
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan ainda têm chances na 470 feminina, mas são possibilidades remotíssimas.
VÔLEI
2 provas de medalha com o Brasil na disputa
País mais tradicional do vôlei, o Brasil está bem tanto no masculino como no feminino.
As mulheres vão às quartas de final como líderes do grupos, com cinco vitórias em cinco jogos até aqui - incluindo um triunfo fácil contra a Sérvia, atual campeã mundial. O time de Zé Roberto só deu um pouco de azar porque pega a Rússia logo de cara nas quartas de final.
Os homens já passaram pelo Japão nas quartas de final e agora encara o Comitê Olímpico Russo na semi.
VÔLEI DE PRAIA
1 provas de medalhas com Brasil na disputa
O vôlei de praia já perdeu três chances de medalha. A mais sentida delas foi a de Ágatha e Duda, que chegaram como favoritas e caíram logo nas oitavas de final. Bruno Schimidt e Evandro também foram eliminados na mesma fase.
Ana Patrícia e Rebecca caíram nesta segunda para as suíças Verge-Depre e Heidrich pelas quartas de final.
Alison e Álvaro são os únicos vivos na disputa e agora pegam os letões Plavins e Tocs (que eliminaram Bruno e Evandro) nas quartas.
WRESTLING
1 prova de medalha com Brasil na disputa
Laís Nunes é a única representante do Brasil ainda com chances no wrestling. Ela já perdeu na estreia, mas aguarda o desempenho da algoz Taybe Yusein. Se a búlgara for para a final (já está na semi), a brasileira vai para a repescagem.