Os clubes que compõem a Liga Forte Futebol (LFF) assinaram nesta segunda-feira (6), em São Paulo, um acordo de investimentos com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management.
A informação havia sido antecipada pela ESPN na última sexta-feira (3). A reportagem realizou ainda uma entrevista com Alessandro Barcelos, presidente do Internacional, para que o mandatário explicasse quais seriam os impactos do investimento bilionário aos clubes da LFF.
Uma vez assinado, o acordo agora será submetido à aprovação dos órgãos deliberativos de cada clube, incluindo o montante negociado com o investidor: R$ 4,85 bilhões para uma liga com 40 clubes, ou R$ 2,3 bilhões para o caso de adesão apenas das agremiações da LFF.
A expectativa é de conclusão de todos os processos de aprovação nos órgãos deliberativos dos clubes até o final de abril.
"É um marco para o futebol brasileiro. Desde o início do Forte Futebol foram construídos os princípios de união e representatividade das séries A, B e C, com todos os clubes da LFF tendo voz ativa, o que acabou atraindo também grandes marcas do futebol brasileiro que permitiram chegarmos até este dia emblemático”, destacou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.
A LFF vem sendo assessorada pela XP Investimentos, pelo Monteiro de Castro Setoguti Advogados, pela Álvarez & Marsal e pela LiveMode. Desde a sua criação, a LFF defende um modelo de divisão de receitas inspirado em competições como a Premier League e a La Liga.
No formato aprovado pelo grupo, os critérios para a divisão das receitas recorrentes é 45% igualitário, 30% performance esportiva e 25% apelo comercial, sempre com métricas objetivas e não manipuláveis.
Há uma regra fundamental para que em nenhum cenário a diferença entre o primeiro e último time seja superior a 3,5 vezes. Os investidores estão alinhados com os princípios e propósitos da Liga Forte Futebol e aprovaram formalmente este modelo.
“As grandes Ligas do futebol mundial mostraram que, ao terem uma divisão equilibrada e meritocrática dos recursos, a competitividade do campeonato cresce, gerando um produto mais atraente. Com um produto mais atraente, as receitas advindas dos grupos de mídia e tecnologia, nacionais e internacionais, se expandem fortemente”.
“Com maiores receitas, teremos mais craques no Brasil e entraremos em um círculo virtuoso para o futebol brasileiro, com o objetivo de termos uma Liga entre as três maiores ligas do mundo”, afirmou Alessandro Barcellos, Presidente do Internacional e um dos líderes da LFF.
No modelo proposto pela LFF, distribuição de receitas para as Séries A, B e C do futebol brasileiro, equilíbrio na divisão das receitas, mobilidade, fair play financeiro e governança estão em linha com as grandes ligas da Europa e são princípios inegociáveis.
"Com a Liga distribuindo receitas para as três maiores divisões do futebol brasileiro, asseguramos um modelo saudável desde a base até o topo da pirâmide", pontuou Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR.
Um total de 26 clubes fazem parte da LFF, listados a seguir. ABC; Athletico-PR; Atlético-MG; América-MG; Atlético-GO; Avaí; Brusque; Chapecoense; Coritiba; Ceará; Criciúma; CRB; CSA; Cuiabá; Figueirense; Fluminense; Fortaleza; Goiás; Internacional; Juventude; Londrina; Náutico; Operário; Sport; Vila Nova; Tombense.