A fama de Renyer, considerado uma das maiores promessas do Santos, parece ter atravessado o continente e chegou até um astro do futebol mundial: Antoine Griezmann. O brasileiro não só foi escalado pelo jogador do Barcelona em sua equipe titular do Football Manager como virou o camisa 10. O jogo eletrônico simula para o usuário a vida de treinador e dirigente.
O francês colocou uma foto no Stories do Instagram a escalação para o modo carreira com o Olympique de Marselha, que deixou o jovem atacante bastante feliz e surpreso.
“O pessoal começou a me marcar no Instagram e um menino que jogou comigo no Flamengo me avisou pelo Twitter: ‘Olha a moral que o Griezmann te deu’. Fui ver e estava com a camisa 10 (risos). Eu fiquei muito feliz e nem acreditei. Eu até mandei o print para o meu irmão na hora”, disse Renyer, ao ESPN.com.br.
“Eu mandei uma mensagem ao Griezmann dizendo que era uma honra estar no time dele e para irmos para cima. Ele respondeu depois a minha mensagem, mas ficou nisso”, afirmou.
O atacante, que tinha dado uma parada de jogar o Football Manager, promete retribuir a gentileza com o craque do Barça e sonha em um dia repetir a parceria com o francês na vida real.
“ Vou voltar depois e colocar meu boneco lá e dar risada. Agora vou ter que escalar o Griezmann no meu time junto comigo e o Kaio Jorge no ataque (risos). Se Deus quiser um dia quem sabe eu possa fazer companhia no ataque com ele!”, afirmou.
Do Flamengo para o Santos
Criado em Duque de Caxias, Renyer começou em uma escolinha de futsal e chegou a ser aprovado no Fluminense, mas não quis ficar no clube tricolor. Depois, defendeu por quase um ano o Flamengo antes de ir para a Vila Belmiro, aos nove anos.
“Eu fui disputar um campeonato contra o Fluminense e tinha uma pessoa que trabalha no Santos em viu. Ele perguntou se queria fazer um teste. Eu falei: ‘Vambora!’ Quando surgiu a oportunidade de vir não pensei duas vezes. Quem não quer vir para o Santos? Vim com minha mãe e meu irmão numa pousada para cá a deu certo”, contou.
Como não poderia ficar nos alojamentos do clube, o jovem foi morar com a família de aluguel – pago por um empresário – na Baixada Santista.
“Durante o primeiro ano foi um pouco complicado porque não conhecia ninguém e morava um pouco distante do CT. Não tinha dinheiro para pegar ônibus e só andava a pé para ir treinar e depois para a escola. Depois, a situação melhorou”, explicou.
Renyer chegou a servir as seleções de base do Brasil e subiu aos profissionais em 2020. Sua multa rescisória é de 100 milhões de euros (R$ 640 milhões).
“A transição foi tranquila porque tinha o Kaio Jorge e Sandry que jogaram comigo na base. Eles me ajudaram muito. Conversava muito com Marinho e o Carlos Sanchez, que me orientaram muito”, afirmou.
Após fazer três jogos pela equipe, ele ficou de fora dos gramados por alguns meses. Agora, ele busca retomar a sequência com Cuca.
“A minha estreia foi bem tranquila e consegui jogar. As oportunidades vieram e consegui fazer mais duas partidas, mas infelizmente me lesionei. Espero que isso não aconteça nunca mais. Vou trabalhar firme para poder ter uma chance. Já fui chamado para os jogos e tenho treinado bastante para isso”, disse.
Estudante e jogador
O atacante concilia a carreira de jogador com a vida de estudante, já que ainda no segundo ano do colegial.
“Quando subi e fiz alguns jogos, eu fui para escola e algumas até me pediram para tirar foto. A ficha não tinha caído ainda. Mas era tranquilo na sala de aula. Tem alguns meninos da base que estudam comigo e tinha muita resenha. O pessoal falava: ‘Turma do futebol, fica quieta' (risos)”, recordou.
Por ser menor de idade, o jogador não tem carteira de motorista e depende das caronas dos familiares ou de Uber para se locomover pela cidade.
“Às vezes fico ansioso para dirigir, mas tenho que esperar o tempo certo e ter a habilitação”, explicou.
Fã de Ronaldinho Gaúcho, Renyer tem como grande inspiração o astro Neymar.
“Ele é um atacante de lado e de velocidade. Vejo os vídeos dele no dia a dia para tentar fazer igual. Sonho em jogar na seleção brasileira em uma Copa do Mundo e ganhar a Libertadores com o Santos, é claro. Quero um dia jogar num time de fora e colocar meu nome na história do futebol. É algo que muito trabalho e dedicação que vai acontecer”, finalizou.