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Rafael Tolói foi contestado no São Paulo, mas virou xerife na Atalanta e hoje está na seleção da Itália

Getty Images

Conheça a trajetória de Rafael Tolói, titular da Itália na última partida da Nations League


Campeão da Eurocopa em 2021, Rafael Tolói virou presença constante na Itália, que enfrenta a Hungria fora de casa pela Uefa Nations League, nesta segunda-feira, às 15h45 (de Brasília), com transmissão pela ESPN no Star+.

O zagueiro foi titular na última partida da Azzurra pela competição - na vitória sobre a Inglaterra - vive a melhor fase da carreira na Atalanta.

Revelado no Goiás, o defensor subiu ao time profissional com apenas 18 anos e rapidamente se firmou como um dos destaques da equipe esmeraldina. Cobiçado por vários times do Brasil, foi vendido para o São Paulo, em 2012.

Em quase três anos no Morumbi, Tolói conquistou a Copa Sul-Americana de 2012 (último título importante do clube) e um Prêmio ESPN Bola de Prata Sportingbet em 2014 (destinado aos melhores do Campeonato Brasileiro).

“Quando eu cheguei ao São Paulo, no meio de 2012, o time estava na 12ª posição do Brasileiro. O Tolói foi determinante para o nosso título da Sul-Americana. Ele fez um dos gols mais bonitos da competição – de falta, contra a Universidad Católica – e entrou na seleção do torneio”, disse Ney Franco, ex-treinador do Tricolor, ao ESPN.com.br, em 2021.

Rafael Tolói disputou pouco mais de 130 jogos e marcou seis gols pelo São Paulo.

“O que mais me chamou atenção foi a postura dele. Embora fosse um zagueiro técnico e de bom passe, ele chegava duro nos atacantes e se posicionava muito bem nas linhas. O Tolói foi intocável comigo porque passou muita segurança. Ele tinha uma liderança em cima da linha de defesa e orientava os volantes. Era um cara sério, centrado no jogo e sempre muito calmo e tranquilo”, afirmou.

No entanto, o zagueiro sofreu com muitos altos e baixos da equipe. Apesar de ser grato ao São Paulo, Tolói disse em 2015 à ESPN que ficou chateado com algumas situações.

"Acho que a cobrança em cima de mim era normal, mas da forma que as coisas estavam acontecendo dentro do clube, foi demais. Chegou um momento em que eu jogava bem e diziam que eu não fazia nada mais que a obrigação, e quando o time não vencia, a culpa era sempre da defesa, era sempre minha", contou o zagueiro.

Auge na Itália

Durante seu período no Tricolor, passou cinco meses emprestado à Roma. Esse tempo fez com que Tolói se apaixonasse pelo futebol italiano e não recusasse a oferta da Atalanta na temporada 2015/16.

Na equipe de Bergamo, o brasileiro não demorou para virar titular e um dos pilares do time treinado por Gian Piero Gasperini, que brigou pelos primeiros postos do Campeonato Italiano e chegou às quartas de final da Champions League em 2020 e às oitavas em 2021.

“O Tolói evoluiu muito em todos os quesitos. A idade o fez melhorar porque jogou mais vezes e aprendeu com os erros. Ele está no auge da carreira”, disse Ney Franco.

Em entrevistas nos últimos anos, o zagueiro afirmou que esperava uma convocação - que nunca aconteceu - de Tite para o Brasil. O defensor chegou a ser titular da seleção brasileira sub-20 no título do Sul-Americano e no vice no Mundial em 2009, perdendo a final nos pênaltis para Gana.

Após naturalizar-se italiano, o jogador foi chamado para a Itália pelo técnico Roberto Mancini pouco depois de ter completado a marca de 200 jogos pela Atalanta.

"É uma sensação incrível. Tem sido a realização de um sonho e estou muito feliz de ter essa oportunidade em defender a seleção italiana. Trabalhei muito para alcançar esse objetivo de ser convocado. Acho que a convocação é um reconhecimento do que eu tenho feito nas últimas temporadas pela Atalanta e fico grato por todos que me ajudaram de alguma forma", afirmou o zagueiro, via sua assessoria de imprensa à época.

Em seguida, ele fez parte do elenco que faturou a Euro. No entanto, a Itália não conseguiu se classificar à Copa do Mundo de 2022, no Qatar.