Em entrevista à BBC nesta terça-feira, Sir Keith Mills, ex-executivo-chefe dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 opinou que é "improvável" que os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que foram adiados em um ano pela pandemia de COVID-19, aconteçam também em 2021.
De acordo com o dirigente, os organizadores deveriam estar "iniciando os planos de cancelamento", já que, na sua visão, não há qualquer condição de realizar o gigantesco evento entre julho e agosto deste ano.
Vale lembrar que a capital do Japão está em estado de emergência, já que os casos de contaminação pelo coronavírus seguem aumentando.
"Eu acho que a organização vai deixar para decidir tudo no último minuto, já que ainda pode ocorrer da situação mudar de maneira dramática, caso a vacinação ocorra de maneira mais rápida do que estamos esperando. Mas será uma decisão difícil", afirmou Mills.
"Pessoalmente, observando a situação e o estado da pandemia ao redor do mundo, é improvável (que os Jogos ocorram em 2021), na minha opinião", seguiu.
"Se eu estivesse no lugar do Comitê Organizador de Tóquio-2020, eu estaria fazendo os planos de cancelamento agora. E tenho certeza que eles já traçaram o plano de cancelamento. Em cerca de um mês, eles terão que tomar a decisão de ir em frente ou não", previu.
O adiamento da Olimpíada de 2020 para 2021 fez o custo do evento aumentar 22%, chegando a 11,5 bilhões de libras (quase R$ 84 bilhões), já que renegociação de contratos e ampliação das medidas de segurança custaram 2,1 bilhões de libras (R$ 15,3 bilhões).
De acordo com recente pesquisa feita pela Kyodo News, cerca de 80% dos japoneses querem um novo adiamento ou o cancelamento dos Jogos de Tóquio.
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, porém, quer realizar o evento, apesar da crescete oposição.
São esperados mais de 11 mil atletas de 200 países diferentes nos Jogos Olímpicos.