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Passo para trás? Lugano explica por que Diniz não mudará seu estilo de jogo na seleção brasileira

A seleção brasileira encara a Argentina, nesta terça-feira (21), às 21h30, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo, com Fernando Diniz sob críticas após resultados recentes da Canarinho.

Apesar disso, o treinador não deve mudar seu estilo de jogo para a partida no Maracanã. Durante o Resenha da Rodada, Diego Lugano relembrou o período com o técnico no São Paulo e explicou o motivo que lhe faz pensar que não verá a seleção diferente.

“Não tem treinador mais autoral no mundo do que ele. Eu trabalhei com ele no São Paulo e poucas vezes vi um treinador, certo ou errado, com tanta convicção do que ele pensa e do que ele faz. É até meio maluco. Na minha época de diretor, eu tentei conversar com ele, ele vai tentar convencer você de que ele está certo. Ele até aceitava trocar ideias, mas nunca iria aceitar que a sua ideia não ia dar certo na prática, ele iria tentar convencer você de que a ideia dele é a melhor e que ele iria vencer daquele jeito, estava convencido, mesmo com resultados desfavoráveis", disse.

"Agora teve o prêmio com o Fluminense. Mas uma personalidade muito especial nesse aspecto. E agora que tem a oportunidade de ser visto mundialmente na seleção, não vai mudar agora, amanhã, que é um dos jogos mais importantes da sua carreira”, completou.

Em contrapartida, Luís Fabiano revelou que ouviu de um jogador da seleção que o modelo de Diniz tem sido difícil de ser assimilado.

“Não pode tirar a responsabilidade do jogador dentro do campo. E do treinador também. Está vestindo a camisa da seleção brasileira. Eu senti esse peso, eu sei como é. E baseado no que a gente está falando aqui, eu conversei, porque tem pessoas que trabalham comigo que trabalham com certos jogadores na seleção, não criticando o trabalho, mas certo jogador comentou que o estilo do Diniz é totalmente diferente do que eles fizeram a vida toda”, afirmou.

Por fim, Fábio Luciano ressaltou que vê a necessidade de o treinador precisa dar 'um passo para trás' em suas convicções para que a seleção evolua.

“Tem que reforçar um pouco mais o meio-campo, até para estabelecer melhor as funções, quais são os jogadores que marcam, dá um pouco mais de liberdade para a criação, porque o jogo do Brasil, o Diniz, fica uma gritaria, porque ele quer que os jogadores façam algo que não estão acostumados, então, ele olha para os espaços que foram deixados e acaba gritando com os jogadores, muita informação”, avaliou.

“Os jogadores estão sendo educados, falam que estão tentando fazer tudo que o Diniz pede, tentando acertar. Mas chega um momento que o jogador quer fazer aquilo que ele está mais acostumado, que sabe fazer de melhor. O Diniz dar um passinho atrás é isso, é reconhecer que o momento não é o melhor e colocar os jogadores em funções que eles sabem fazer o mais correto possível”, seguiu.

“Então, você precisa saber quais são os jogadores que estão para fazer a marcação, quem são os jogadores de sustentação para o sistema defensivo, quem vai fazer uma cobertura e quem vai criar. O Brasil não tem isso, o jogador que tem que criar tem que marcar, isso acaba deixando os espaços mais abertos. Eu acho que seria legal o Endrick como um jogador de velocidade e quatro homens no meio-campo”, finalizou.

Depois de duas derrotas seguidas, a seleção brasileira ocupa a 5ª posição, com 7 pontos. Rival desta terça-feira (21), a Argentina lidera a classificação mesmo depois de conhecer a primeira derrota na última rodada.

Próximos jogos da seleção brasileira

  • Argentina (C): 21/11, 21h30 (de Brasília) - eliminatórias para a Copa do Mundo

  • Inglaterra (F): 23/3, a confirmar - amistoso

  • Espanha (F): a confirmar - amistoso