No futebol, nem sempre basta ter bons resultados. Apesar de uma invencibilidade de nove jogos, o futebol ruim do Corinthians já permite cobranças internas ao trabalho do técnico Vagner Mancini.
A reportagem apurou que, mesmo sem nenhuma possibilidade de interrupção do trabalho no momento, personagens importantes do dia a dia do clube já questionam a falta de repertório do comandante e as cobranças públicas a medalhões e meninos.
O discurso de mudar peças e comportamento depois do susto na Copa do Brasil foi bem aceito, mas, dias depois, as críticas ao excesso de peso de Cazares, à falta de mobilidade de Jô e os treinos ruins de Xavier, Gabriel Pereira e Luan de falso 9 fizeram o departamento de futebol alvinegro ligar o alerta.
Ao mesmo tempo que já se esperava um trabalho mais sólido, com padrão de jogo definido, os dirigentes sabem que críticas públicas podem minar o comando de Mancini com o grupo.
O caso recente de Fabio Carille, demitido em novembro de 2019, foi lembrado. A cobrança em Mateus Vital e Pedrinho em uma entrevista coletiva, dois meses antes, foi o início da queda do treinador.
Internamente, o Corinthians tem consciência da limitação de elenco e da falta de dinheiro para reforços. Por isso, o trabalho de Mancini continua, mas já com críticas internas e maior cobrança por um padrão tático, melhores escolhas e substituição e crescimento de desempenho.
Mancini sempre foi visto pela direção como um parceiro na reformulação do elenco. Sem peso para bater de frente e cobrar reforços, o treinador mantém uma boa relação com o presidente Duílio Monteiro Alves, Roberto de Andrade e Alessandro. Mas só isso não basta, o trabalho em campo precisa melhorar.
Nos números, Mancini tem 71% de aproveitamento nos sete primeiros jogos da temporada 2021, só atrás dos 90% de Carille em 2017 e dos 81% de Tite em 2016.