Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o jornal Gazzetta dello Sport mostrou a situação complicadíssima que os clubes da elite do Campeonato Italiano estão passando em meio à pandemia de coronavírus, que atingiu o país com enorme gravidade.
O diário afirmou que até mesmo os grandes clubes do país passam por um "cenário fúnebre", e que as dívidas não param de se acumular, podendo chegar ao patamar da insustentabilidade se a Serie A for cancelada.
O veículo apresenta um cenário de "débitos monstros" de todos os clubes. Atualmente, o valor combinado das dívidas chega a 2,5 bilhões de euros (quase R$ 14 milhões), crescendo na toada dos 300 milhões de euros (R$ 1,65 bilhão) por temporada.
A culpa disso, segundo a Gazzetta, vem do fato de muitos times terem aumentando seus gastos consideravelmente após a renegociação dos direitos de transmissão de TV tanto da Serie A quanto das competições Uefa, o que provocou uma gastança desenfreada.
O jornal ainda aponta que a maior parte das equipes está "sem defesa" contra a crise do coronavírus, e que, se não for alcançado um acordo para redução salarial dos atletas enquanto o futebol não pode voltar, muitas agremiações irão quebrar.
O diário aponta, porém, que alguns clubes enfrentam um cenário um pouco melhor, por terem fechado a temporada 2018/19 com superávit.
São eles: Napoli (+29,2 milhões de euros), Atalanta (+24 milhões de euros), Sampdoria (+12,1 milhões de euros), Sassuolo (+8,1 milhões de euros) e Udinese (+1,2 milhão de euros).
Cagliari e Torino, por não terem débitos bancários, também sofrerão um pouco menos.
Além deles, Chievo e Empoli também registraram lucros no ano passado, mas, como foram rebaixados, também passarão aperto.
Por fim, o jornal aponta que clubes como Juventus e Inter de Milão sobreviverão à crise, mas verão seus planos de expansão serem seriamente reduzidos.
E a situação do Milan, que acumulou 528 milhões de euros (R$ 2,916 bilhões) em dívidas nos últimos anos, segue preocupante. Controlado pelo fundo Elliot, o futuro da tradicional equipe rubro-negra é incerto.
Ainda há o caso da Roma, cujo dono, James Pallotta, negociava a venda do time para o The Friedkin Group. Com a crise, porém, as conversas foram congeladas.