Olímpicas 2: goleiras "sabotam" o futebol feminino. Regra permite campo e balizas menores
A goleira Lina Zhao tem 24 anos e 1,88 metro. É a mesma estatura, por exemplo, de Fábio, arqueiro do Cruzeiro, e Hugo Lloris, titular do Tottenham e da seleção francesa. Fica claro que altura não é o problema da chinesa que enfrentou Marta e suas companheiras na primeira rodada do torneio olímpico de futebol. Mesmo assim, a chinesa, não muito ágil, falhou nos três gols da vitória brasileira.
Antes, logo no primeiro cotejo pelo torneio olímpico de futebol feminino, Roxanne Barker falhou no único tento da vitória sueca sobre a África do Sul. E a goleira de 25 anos não é exatamente baixa, tem 1,80 metro. Dois centímetros menos que Iker Casillas, guarda-redes do Porto que foi titular da Espanha e do Real Madrid por mais de uma década. Ela tem a mesma estatura do lendário camisa 1 belga Jean-Marie Pfaff.
Com 1,77 metro, Erin Nayler tem mais dificuldades para jogar numa baliza de 2,44 metros de altura e 7,32 metros de altura. A neozeolandesa se atrapalhou nos gols da vitória dos Estados Unidos por 2 a 0. Mas difícil mesmo foi a vida de Sandra Sepulveda. A colombiana de 1,67 metro (um centímetro mais baixa do que Romário) precisaria ser de borracha para se esticar a ponto de defender os arremates das adversárias francesas, que fizeram 4 a 0. Ela errou em todos os gols.
O tamanho do campo e especialmente as dimensões da meta são obstáculos para muitas atletas da modalidade. Gramado e balizas menores poderiam ajudar o futebol disputado por mulheres a ganhar velocidade, mais disputas por espaço e, principalmente, ampliar a dificuldade para se marcar gols. Grandes e sem agilidade ou pequenas e sem tamanho para alcançar a pelota no alto ou nos cantos, as goleiras comprometem o espetáculo quando chutes fracos e despretensiosos viram gols.
Poucos sabem que as regras do futebol permitem ajustes para partidas entre deficientes físicos, jogadores com menos de 16 anos, mais de 35 (veteranos) e mulheres. Não só o tamanho do campo e as dimensões da baliza podem ser modificadas, como peso e circunferência da bola e duração do jogo (abaixo). Portanto, cabe apenas a quem organiza os jogos encontrar o padrão mais adequado.

Com metas onde atuam marmanjos mais atléticos e ágeis do que as meninas, as pobres goleiras "aceitam" chutes fracos. O jogo perde muito de sua graça e escancara uma diferença técnica em relação ao futebol masculino que outras modalidades não têm nos comparativos entre partidas disputadas por diferentes sexos. A visibilidade que os Jogos Olímpicos dão ao futebol feminino seria mais bem aproveitada se os jogos não tivessem tantos gols "bobos".
PS: durante os jogos de 2008 este blog já abordava o tema, clique aqui e leia
Fonte: Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br
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