Modorrentos, sonolentos Estaduais precisam de salvação, ou extinção
Times pequenos jogando o máximo, afinal, a maioria dos seus atletas precisa chamar a atenção nos Estaduais para conseguir uma vaguinha em times das Séries A ou B do Campeonato Brasileiro. Os grandes atuando de forma burocrática, desinteressada, mais preocupados com a Libertadores ou com os jogos realmente decisivos dos próprios torneios domésticos.
Assim se arrastam os certames que ocupam mais de cem dias do calendário, algo próximo de um terço do tempo de bola rolando no ano de futebol. Jogos chatos, sonolentos, estádios vazios. O Vasco abre 2 a 0 e, preguiçoso, cede o empate ao valente Bonsucesso. Desorganizado o Flamengo toma a virada do Boavista e mais cedo, o Fluminense, cheio de reservas, perde para o Resende.
Os três têm compromissos mais importantes pela frente, pela Copa Libertadores. Nem sempre dão a devida importância a esses cotejos, especialmente no caso rubro-negro. Mas fica claro que muitos joguinhos de quarta-feira à noite pelos Estaduais são tão estimulantes quanto acordar às 5 horas para trabalhar numa manhã chuvosa. Difícil achar graça.
O Corinthians sofre para virar em cima da Catanduvense. Jogo emocionante? É, por ser, mais pela quase incapacidade do time de Tite diante do "desafio" de vencer por margem superior a um gol. O Palmeiras é um caso à parte. Há tempos como coadjuvante, está ajustando seu time em meio ao campeonato e vê o torneio da federação paulista com outros olhos. É o mais motivado, animadão!
A cartolagem das federações andou reunida para definir o futuro da CBF de Ricardo Teixeira. Eles não estão preocupados com a qualidade dos campeonatos que promovem. Basta que tenham grande quantidade de datas, jogos em fartura para preencherem as grades de programação das TVs, que pagam por eles. O resto... é o resto.
São jogos demais, times demais, partidas sem sentido demais, regulamentos bizarros demais e que dão sono... demais. Eles têm que ser mais curtos, com menor número de times e fases eliminatórias para que os pequenos briguem entre eles pelas vagas na parte nobre da competição. Jogar 19 vezes para entrar no mata-mata do Paulista é dose!
Assim, o produto, desinteressante, não dá a audiência dos sonhos às redes de televisão. Vai se transformando em algo cada vez menos valioso no mercado. A médio ou longo prazo os Estaduais poderão se tornar algo incapaz de despertar grande interesse de quem desembolsa milhões por eles. E então, sobreviverão? Esses torneios precisam ser reavalidados. Ou extintos.

Fonte: Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br
Modorrentos, sonolentos Estaduais precisam de salvação, ou extinção
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