Piqué precisa definir em qual lado do jogo está: homem de negócios ou jogador?
A revelação de áudios de Gerard Piqué negociando comissões e locais de jogos de clubes espanhóis nos últimos anos caiu como uma bomba no mercado da Espanha. Sócio mais midiático da agência de marketing esportivo Kosmos, Piqué já é, há alguns anos, não apenas zagueiro do Barcelona e da Espanha, mas um respeitável homem de negócios do ramo do entretenimento em seu país.
Foi o zagueiro quem aproximou a Rakuten do Barcelona lá atrás. É da Kosmos os direitos comerciais da Copa Davis de tênis. A agência é produtora de diversos documentários esportivos no mundo. E, ainda, é quem também comercializa a Supercopa da Espanha em parceria com a Real Federação Espanhola de Futebol.

Não haveria qualquer problema em tudo isso não fosse o fato de que Piqué ainda é zagueiro do Barcelona. Ele negociou o local para realização da Supercopa da Espanha com o Real Madrid como dono da Kosmos, mas será que o chip de zagueiro do Barcelona foi deixado de lado nessa hora?
Não há absolutamente nada de errado em existir a Kosmos e em a agência crescer no mercado e ganhar clientes. Mas o grande problema é quando seu sócio precisa entrar em campo e distribuir o jogo das negociações.
Não parece que Piqué esteja sendo desonesto em todo esse negócio. Até porque ele desde sempre foi claro ao anunciar a criação da agência e em ser um sócio ativo dentro da empresa. O problema é que, num mundo tão passional quanto o do futebol, qualquer áudio vazado pode virar uma crise inexplicável. Ou com difíceis argumentos favoráveis ao zagueiro...
Piqué precisa definir em qual lado do jogo ele está. É no do zagueiro que ainda lidera um Barcelona em reconstrução? Ou é o executivo de negócios que costuma pensar alto e executar grandes projetos?
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O pós-carreira do zagueirão espanhol está mais do que bem definido. Ele talvez seja um dos primeiros jogadores de futebol que já começou a construir, ainda no auge da forma física, o que faria ao se aposentar.
O problema é que, com o negócio da Kosmos cada vez mais solidificado, especialmente no mercado espanhol, o questionamento sobre o limite de atuação de Piqué ficará cada vez maior. Não basta ser honesto, mas é preciso mostrar que se é honesto.
Piqué precisa definir em qual lado do jogo está: homem de negócios ou jogador?
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