Quem é o dono? 'Briga das placas' escancara como Brasileirão precisa ser muito mais organizado
A briga entre clubes e Sport Promotion pela venda de placas de publicidade do Campeonato Brasileiro ganhou novos contornos com a entrada da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na história. Um ofício enviado pela CBF e revelado nessa quinta-feira (14) pela Máquina do Esporte mostra que a entidade decidiu se precaver de ser processada numa eventual disputa dos clubes com a agência.
E, ao fazer isso, a CBF simplesmente disse que ela é a verdadeira detentora dos direitos de vender as placas de publicidade ao redor do gramado na principal disputa nacional de agremiações. Seria cômico, não fosse trágico, todo o enrosco envolvendo essa disputa.
O Brasileirão é o principal produto do futebol brasileiro. Único campeonato disputado durante oito meses do ano todas as semanas, é o maior torneio do país. Não por acaso, os direitos de transmissão do torneio são os mais valiosos da América do Sul. Mas o potencial comercial da competição, hoje, é sufocado pelos clubes e pela CBF.
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Quem é o 'dono' do Brasileirão? O naming right do torneio foi vendido pela CBF para o Assaí. As placas de publicidade estão hoje sendo comercializadas em três frentes: Sport Promotion, a recém-criada Brax e, isolado nessa história, o Botafogo, que rompeu todos os acordos comerciais e decidiu fazer uma gestão própria das placas. Os direitos de mídia são vendidos individualmente pelos clubes e, agora, com a Lei do Mandante em vigor, eles só podem comercializar as partidas que fazem dentro de casa.
Só que no meio dessa briga, a CBF interfere e diz que é ela quem detém os direitos de venda do torneio. Ora, ao fazer isso, a entidade puxa para si uma responsabilidade que não assume de fato. A CBF diz que é ela quem tem o direito de vender as placas, mas ela terceirizou isso, de forma mambembe, num contrato com alguns clubes junto com a Sport Promotion.
O Brasileirão, hoje, é um catado de direitos fatiados entre diversas empresas e clubes. Enquanto isso, a Copa do Brasil deita e rola com patrocínios milionários e um contrato de TV polpudo, que permite aos clubes receberem uma premiação enorme. O modelo da competição é muito parecido com aquele que a Uefa aplica na Champions League. Tudo centralizado na entidade, que repassa aos clubes valores milionários, ajudando-os a terem cada vez mais recursos financeiros.
Está na hora de alguém assumir para si a responsabilidade de ser o 'dono' do Campeonato Brasileiro. Tanto faz se forem os clubes ou a CBF. Só precisa ser alguém que esteja comprometido em transformar o principal torneio de futebol do 'país do futebol' num produto que justifique seu tamanho.
O Brasileirão não precisa necessariamente de uma liga - embora possa ser tocado por uma. O que ele precisa mesmo é de organização.

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