Criptomoedas vão 'salvar' o esporte mais uma vez
Nas últimas décadas, o esporte vivenciou uma situação única no mercado de entretenimento. Enquanto boa parte dos eventos precisavam se reinventar para achar novas fontes de receita com a ruptura do mercado, especialmente o da música, o esporte parecia viver numa bolha que estava prestes a estourar.
Foi assim há cerca de dez anos, quando a TV a cabo derreteu nos EUA, e o esporte se reinventou via streaming. E vinha sendo assim desde o começo da pandemia, quando o significado de patrocínio no esporte precisou ser reformulado com o fim dos eventos com a presença de público.
Mas, em sua capacidade de se renovar tal qual uma Fênix, o esporte começa a dar sinais, nos Estados Unidos, de que encontrou a sua nova fonte de receita salvadora. Mas se engana quem coloca as empresas de apostas como o carro-chefe dessa nova onda de investimentos a fundo perdido no esporte.
Um relatório da consultoria Nielsen no mercado americano apontou que, entre 2019 e 2021, o número de acordos assinados nos principais mercados com empresas de Blockchain, as populares criptomoedas, subiu 1.100%. O crescimento acelerado se deve ao fato de que era um setor pouco representativo até então. No entanto, em 2026, as empresas que negociam criptomoedas devem se tornar o segmento a gerar mais negócios no esporte.
De acordo com o relatório, as empresas de criptomoedas e NFT (tokens não-fungíveis), baseadas em produtos digitais blockchain, irão disparar os gastos com patrocínio em 778% entre 2022 e 2026, chegando a um total anual de US$ 5 bilhões. O investimento será semelhante ao dos gigantes tecnológicos de software e hardware, como Google e Microsoft, cuja contribuição aumentará 44% neste ciclo, segundo a consultoria.
A presença de empresas desse segmento já é perceptível nas principais ligas do mundo. A Crypto arrebatou o nome histórico do Staples Center, ginásio do Los Angeles Lakers. A FTX já havia feito isso um ano antes para a United Airlines, casa do Miami Heat.
A CoinBase e a eToro estrearam anúncios no Super Bowl e desbancaram marcas de primeira linha como a Coca-Cola pela primeira vez. Outros, como o Socios.com, já são patrocinadores da Uefa. A presença dessas empresas não para de crescer.
Ambos os setores terão desempenho superior a outros parceiros esportivos tradicionais, como companhias de energia e varejistas, que crescerão, mas em ritmo mais lento: 4% e 7% entre 2022 e 2026, respectivamente. O setor automobilístico continuará liderando os grandes mercados esportivos, com aumento de 5% nesse período.
“As tendências de consumo alteraram a forma como os fãs interagem uns com os outros e com as propriedades. Esse processo, juntamente com a paralisação [do esporte] na pandemia, em 2020, aumentaram as mudanças nos patrocínios, que novamente cresceram, 107% em 2021”, informa o estudo.

Segundo o relatório Nielsen Trust in Advertising Study, 81% das marcas confiam total ou parcialmente no que o esporte traz para sua empresa.
O informe da Nielsen mede 100 acordos de patrocínio em sete mercados, divididos nas vinte principais indústrias. Estima-se que o patrocínio tenha gerado 10% mais intenção de compra de consumidores em potencial por meio da exposição no esporte. Não por acaso, as empresas de criptomoeda têm buscado o esporte para ampliar o alcance de suas marcas e, naturalmente, ganharem mais notoriedade a partir do instante em que se associam a ele. O esporte quase nunca sai de moda. E, quando menos se espera, consegue se reinventar e aumentar a arrecadação.
Criptomoedas vão 'salvar' o esporte mais uma vez
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