Debate sobre SAF do Galo mostra força dada por grupo de 'mecenas'
O debate sobre a criação de uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético-MG mostra como fez bem para o clube a entrada do grupo dos 4R, ajudando a pagar as dívidas de curto prazo, reorganizando a vida financeira atleticana e dando ao Galo fôlego para buscar a proposta financeira mais vantajosa possível para tornar o time ainda mais competitivo no cenário do futebol brasileiro.
Se a SAF tivesse aparecido na vida do Atlético-MG há dois anos, o clube possivelmente teria negociado rapidamente a primeira proposta que chegasse. Agora, com o dia a dia do clube organizado (o que não significa necessariamente lucrativo), fica mais fácil conversar e projetar um futuro melhor.
E esse é um ponto que precisa ser muito bem esclarecido para os torcedores quando debatemos a formatação do clube-empresa.

Já virou um perigoso senso comum dizer que a SAF vai solucionar os problemas do futebol brasileiro. Como sempre costumo dizer aqui, mais importante do que virar empresa, um clube precisa se comportar como uma empresa. Ter uma gestão equilibrada, que consiga isolar a interferência política do dia a dia da tomada de decisão e eleve o nível de quem trabalha em setores que estão distantes do campo de jogo.
Tem muito clube-empresa que quebra exatamente por não ter uma gestão ordenada. Existem clubes que funcionam muito bem sendo uma associação cujo segredo é a gestão equilibrada. Os times da Alemanha talvez sejam os melhores exemplos para a convivência salutar de um modelo de clubes que se mantiveram como associações e são viáveis financeiramente.
Na visão do Atlético, a SAF viria não como uma saída para equilibrar o clube. Isso tem sido feito pelos 4R. O investidor ajudaria a capitalizar mais o negócio e, assim, o Galo pode ficar ainda mais forte e vingador. É uma visão diferente daquela que levaram, até agora, Botafogo, Cruzeiro e Vasco a achar um investidor. Em completa penúria financeira, os três clubes têm nos seus novos donos uma espécie de “tábua de salvação”, que não necessariamente se concretizará, mas que dá nova esperança ao torcedor.
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Caso a SAF do Galo vá para a frente, poderemos entrar num novo modelo de negócios de clubes-empresa no Brasil. Os investidores que injetam dinheiro em busca de melhorar o patamar de performance da equipe. Para o Atlético, isso só foi possível depois que os 4R entraram no clube para reequilibrar as finanças, assim como o Palmeiras havia feito na gestão Paulo Nobre e o Flamengo conseguiu com alguns sacrifícios de performance esportiva durante o mandato de Eduardo Bandeira de Mello.
A SAF não é o único caminho para o futebol brasileiro melhorar, até porque os compradores de clube, pelo mundo todo, não são mais bilionários em busca de fama rápida, mas pessoas interessadas em algum retorno, financeiro ou político, com o investimento. Mas o debate em torno da transformação do Atlético em empresa mostra como faz diferença o clube estar minimamente organizado na gestão para ter maior poder sobre o seu futuro.
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