Criptomoeda pode ser pesadelo em vez de solução para o esporte
Nesta semana, o Crystal Palace, da Inglaterra, decidiu acionar na Justiça a Iqoniq, patrocinadora do clube, mas que não pagou € 820 mil pela exposição da marca na camisa do time que tem participação acionária de John Textor, o novo dono do Botafogo.
A Iqoniq é o pesadelo da vez no esporte da Europa. Na mesma semana, além do time de Textor, LaLiga, a Roma, o Olympique de Marselha, a Euroliga de basquete e a equipe McLaren de Fórmula 1, entre outras entidades esportivas, ficaram boquiabertos com o anúncio de que a Iqoniq entrou em falência.
O caso ilustra bem o quanto a febre das empresas de criptomoedas no patrocínio esportivo poderá fazer com que o que era para ser solução se transforme em pesadelo.
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O mercado de cripto ainda é muito nebuloso. Sem regulamentação, ele vive de uma oscilação maior que a da bolsa de valores. Assim, empresas que podem ser grandiosas num dia se transformam em enormes devedoras no dia seguinte.
Foi, mais ou menos, o que ocorreu com a Iqoniq. Em 2020, a empresa recebeu um aporte de € 200 milhões de um fundo de investimentos de Luxemburgo. Com a verba, correu para o patrocínio esportivo, fechando diversos contratos e apostando na exposição da marca e ações nas redes sociais como ferramenta para crescer seu negócio.
Nem dois anos depois, o que era o sonho de ser uma das maiores empresas de criptomoeda do mundo naufragou. E, agora, o esporte tenta receber o que ficou para trás. Da mesma forma, torcedores que compraram cripto com a Iqoniq, amparados pela credibilidade que o patrocínio a seu time de coração trazia, viram o investimento se perder no garimpo obscuro das criptomoedas.
É fundamental que o esporte entenda a importância de sua marca numa relação de patrocínio. Ver a promessa de qualquer dinheiro entrar no caixa é ótimo, mas saber que nem tudo o que reluz é ouro é muito mais importante.
A credibilidade que o esporte empresta a uma marca é um bem que não pode ser desprezado durante uma negociação. E as empresas de criptomoedas, que enxergaram no esporte o atalho para ganhar relevância e atrair consumidores, precisam ser muito bem analisadas antes de qualquer patrocínio ser fechado. Do contrário, o que era um sonho vai virar, rapidamente, um tremendo pesadelo...

Criptomoeda pode ser pesadelo em vez de solução para o esporte
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