O maior adversário do Santos no momento é o Conselho Gestor
O Santos escapou do rebaixamento no Campeonato Paulista (!) ao vencer ontem (19) o Água Santa por 3 a 2 na Vila Belmiro. Foi o terceiro campeonato seguido que isso ocorreu. Foi a terceira vez seguida que a instituição envergonhou seus torcedores e colocou-se nesta situação constrangedora. Todas elas, é bom dizer, ocorreram na gestão do presidente Andres Rueda.
Ele não é o único culpado disso. Ele também é culpado disso. Os culpados dessa conjuntura toda são os membros do Comitê de Gestão. Dele fazem parte, além de Rueda, as seguintes pessoas: José Carlos de Oliveira, Dagoberto Oliva, José Berenguer, Rafael Leal, Thomaz Lopes Côrte Real, Vitor Loureiro Sion e Walter Schalka. Essas pessoas, além de não entenderem nada de futebol, travam o Santos. Edu Dracena, ontem, depois do jogo, deixou claro, não exatamente nestas palavras, mas algo do tipo: "Comitê de Gestão, me deixe trabalhar, me deixe contratar".
O tal CG tem vetado contratações sugeridas por Dracena. Com base no quê? Qual o conhecimento dessas pessoas de futebol?
Dizem que temos 210 milhões de treinadores no Brasil. Mentira. Tanto é mentira que estamos buscando técnicos de fora para trabalharem em nossas equipes. A esmagadora maioria dos torcedores não entende patavina de futebol. E nesse universo encontram-se José Carlos de Oliveira, Dagoberto Oliva, José Berenguer, Rafael Leal, Thomaz Lopes Côrte Real, Vitor Loureiro Sion e Walter Schalka. Além do presidente Rueda.
Dracena foi contratado (e acertadamente, diga-se) para dar um norte ao time. Dracena entende de futebol. Foi jogador. Está nesta vida há trinta anos. Ele sim pode dizer o que deve e o que não deve ser feito no futebol do Santos. Mas não adianta nada ele se debruçar no assunto, passar noites sem dormir pensando no que deve ser feito, estudando nomes de jogadores e treinadores, vendo vídeos, conversando com empresários, clubes e jogadores se, depois disso tudo, quando ele elabora um projeto com uma lista de reforços, ela chega nas mãos do CG e ele veta quase tudo o que Dracena apresentou. Como base no quê? No "entendimento" deles de futebol? Piada, pois, como sabemos, o conhecimento deles do jogo e do mundo do futebol é nenhum.
Então, dá no que dá: reforços não chegam, por conta disso jogadores são puxados prematuramente da base para jogarem no adulto, queimando etapas e jogando-os desnecessariamente num mundo ao qual eles ainda não estão preparados para estar. E o resultado é esse: terceiro torneio seguido que o Santos entra para evitar o rebaixamento.
Rueda e o tal do CG dizem que o Santos não tem dinheiro. Verdade, dinheiro é raridade na Vila Belmiro. Mas Rueda entendeu apenas metade de seu trabalho como presidente. Ele tem que pagar contas, isso é certo, mas para pagar contas ele precisa de dinheiro. E o maior ativo de um clube para a geração de receitas é seu time de futebol. Se ele for competitivo, vai estar sempre disputando as melhores posições e, consequentemente, amealhando mais dinheiro. Se o time é medíocre (como é esse do Santos), vai estar sempre entre os últimos e lá não vai conseguir as premiações abundantes que são oferecidas àqueles que são competitivos. Sem falar em potenciais parceiros que ao verem a situação em que o Santos se encontra, fogem dele, pois não querem de jeito nenhum associar seu nome a um time medíocre.
Portanto, CG, trabalhe onde você tem que trabalhar (na geração de receitas) e pare de meter o bedelho onde você não deve meter (aprovar ou vetar contratações). Ajudem Dracena, criem receitas. Ajudem o Santos, torne-o novamente um time competitivo.

Raios
Não há raios nessa geração de jogadores do Santos. A maioria da mídia santista tem que parar com essa bobagem. O último raio foi Neymar. Antes dele, Robinho. Antes de Robinho, Pelé. Nem Rodrygo é raio.
Essa molecada que acabou de subir ou está subindo da base para o time principal são jogadores comuns. Não tem nenhum fora da curva. Precisam, portanto, trabalhar muuuuuuuuuuuuito se quiserem se inserir no seleto rol dos jogadores que merecem ser olhados com admiração. Têm que treinar com o afinco de Cristiano Ronaldo, que não tem a qualidade inata de Messi e Neymar, mas que se transformou num dos maiores de todos os tempos exatamente porque trabalhou com obsessão e afinco. E se superou.
A mídia santista dizia maravilhas de Kaio Jorge. Onde ele está? Ângelo, Marcos Leonardo e Kaiky são a bola da vez. Ao ouvirem e lerem (equivocados) elogios sobre seu futebol, eles se acham diferenciados — o que não é verdade. E deixam de trabalhar, porque entendem serem pontos fora da curva, o que é mentira.
Amigo não é aquele que te dá tapinha nas costas. Amigo é aquele que te diz o que tem se ser dito.
Portanto, molecada, trabalhe, treine, se esforce, pois vocês não são ninguém ainda. E se não trabalharem, jamais serão.
O jogo
Quanto ao jogo de ontem, mais uma vez o Santos de Fabián Bustos mostrou-se eficiente no ataque e débil na defesa. Nos últimos dois jogos, seis gols marcados e cinco sofridos. Não dá para sofrer cinco gols de Ferroviária e Água Santa. São dois times que brigavam também para não serem rebaixados.
Uma coisa é sofrer cinco gols em jogos contra Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, outra coisa é sofrer essa quantidade de gols de equipes frágeis.
O primeiro tempo do Santos foi muito bom; o segundo foi no padrão Fábio Carille.
Atuações
João Paulo — Sem culpa nos gols, e, mais uma vez, salvou outros. Nota 8.
Auro — É assustador o futebol que ele tem mostrado. Nota 2.
Kaiky — Completamente perdido na marcação. O gol marcado melhora sua avaliação. Nota 4.
Bauermann — Mais uma atuação ruim; pior ainda: foi expulso. Nota 1.
Lucas Pires — Precisa urgentemente dedicar-se mais à marcação. Nota 3.
Camacho — Jogou um pouco melhor do que nas últimas partidas. Nota 3.
Zanocelo — Um guerreiro. Está em todas as partes tentando ajudar. E fez um golaço. Nota 7.
Ricardo Goulart — Ah se existissem outros Ricardos Goularts... Nota 7.
Lucas Barbosa — Ótimo primeiro tempo; caiu no segundo como todo o time. Nota 5.
Marcos Leonardo — Será que iniciou ontem nova sequência sem marcar? Nota 2.
Lucas Braga — Precisa corrigir essa ciclotimia que o vem caracterizando. Primeiro tempo muito bom; segundo, apagado. Nota 5.
Velázques — Jogou pouco tempo. Sem nota.
Sandry — Mais uma atuação apagada. Nota 2.
Sánchez — Nulo. Nota 1.
Baptistão — Esforçado. Nota 3.
Rwan Secco — Pouco pegou na bola. Nota 3.
O maior adversário do Santos no momento é o Conselho Gestor
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