Com um futebol encantador, Abel Ferreira mostra que (se quiser) não é mais do mesmo
Palmeiras derruba Corinthians com Danilo decisivo e segue com campanha absurda no Paulistão; VEJA os gols
Foi uma aula palmeirense ontem à noite (17) no Alianz Parque. Os 2 a 1 diante de um Corinthians atordoado não contam o que foi realmente o jogo. O Palmeiras, no ardor da partida, foi sempre superior ao seu maior rival histórico.
Não se deixem enganar pelos números apresentados por pelos aplicativos. Eu consegui com meu velho amigo PVC dados do Footstats que esquadrinham a posse de bola por camadas do campo.
Ontem, durante o confronto, todos os aplicativos indicaram posse de bola muito maior do Corinthians, basicamente 65% a 35%. Mas são números mentirosos, porque são preguiçosos, uma vez que não foram desmembrados.
Vamos, portanto, usar os dados do Footstats para enxergar a realidade do jogo de ontem. Segundo eles, o Corinthians teve 62,6% de posse de bola (sobrando ao Palmeiras 37,4%). Olhando assim, sem qualquer profundidade, pode-se chegar à conclusão que o Corinthians dominou o jogo e o Palmeiras foi um time dominado.
Mentira.
Desses 62,6% de posse, apenas 37,5% foram no ataque. Ou seja: do total de posse de bola do Corinthians, 62,5% foram na defesa, numa zona do campo onde o Corinthians não machucava o Palmeiras.
No todo, o Palmeiras não teve mesmo mais posse de bola do que o Corinthians, mas ele marcou na frente, impedindo que o adversário progredisse, jogasse do jeito que gosta, no campo oponente, com jogo apoiado por triangulações laterais e centrais, trocando a bola de modo a desequilibrar a defensiva inimiga, como fez contra a Ponte Preta na goleada de 5 a 0 no último final de semana.
Sempre deixei claro nos meus comentários que aprecio a inteligência de Abel Ferreira, mas o que eu não aprovo é como ele a usa. Ele poderia usá-la para construir ao invés de desconstruir, o que, se o fizesse, ajudaria na evolução do jogo, assim eu entendo.

Mas ontem, não; ontem, Abel defendeu-se atacando, com suas peças adiantadas, lá na frente, perto da área adversária. Vitor Pereira, o também português treinador corintiano, ficou seguramente abobalhado com o que viu em campo. Não esperava (nem eu) essa intensidade do Palmeiras. E nem contava que essa postura fosse tão duradoura como foi, pois o preparo físico é fundamental para que se execute esse tipo de estratégia (e aqui eu congratulo o preparador físico palmeirense, Marco Schiavo, o Magu, pois ele deixou os jogadores tinindo a ponto de eles executarem o que Abel planejou).
Abel não é gênio; gênio é Pep Guardiola. Mas o português poderia ser como o espanhol o é, pois ele tem tutano também. Abel poderia ser mais do que é se ele usasse a sua grandeza intelectual para fazer do jogo algo mais vistoso. O Palmeiras de ontem foi encantador; o Palmeiras que ganhou do São Paulo não foi.
Espero ver mais Palmeiras como o de ontem e menos aquele Palmeiras que jogou contra o São Paulo.
Foi realmente encantador e inesperado o que aconteceu ontem no Alianz Parque. Flamengo e Atlético que se mexam, pois o Corinthians já viu que ainda não é páreo para o Palmeiras.
Bola cheia
Danilo, meio-campista palmeirense, que jogador extraordinário. Foi o nome da partida. Anulou Renato Augusto (o principal jogador adversário), sofreu o pênalti que originou o primeiro gol do Palmeiras e fez o da vitória. Tite convocou Artur para a seleção, por que não Danilo???
Bola murcha
Renato Augusto foi completamente dominado por Danilo. E foi também a segunda vez que isso ocorreu em um clássico. Primeiro contra o São Paulo, ontem contra o Palmeiras. A pergunta que fica é: um jogador fora de série pode se deixar marcar tão facilmente pelos seus marcadores? Será que não estamos superestimando os dotes de Renato Augusto?
Com um futebol encantador, Abel Ferreira mostra que (se quiser) não é mais do mesmo
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