Novak Djokovic e a derrota de um fenômeno para a burrice
Novak Djokovic foi deportado da Austrália por não ter se vacinado contra a Covid-19. Não vai participar do Australian Open que começa nesta segunda-feira (17) e vai até o dia 30 de janeiro, com transmissão ao vivo dos canais Disney. Com isso, o sérvio perde a oportunidade para tentar bater o recorde de Grand Slam conquistados, pois no momento tem 20 títulos ao lado de Roger Federer e Rafael Nadal. Djokovic sai como o grande derrotado do esporte neste começo de 2022.
Os australianos dão um exemplo ao mundo de como um país deve se comportar diante de uma pandemia que já dizimou mais de 5,5 milhões de pessoas em todo o planeta. Negacionistas e antivacinas não têm espaço por lá, são tratados como devem ser tratados; ou seja: isolados, afastados, ignorados, deportados, banidos, discriminados, segregados, chutados; enfim, escolha o que melhor se aplica a essas pessoas nefastas que infelizmente contaminam o bem-estar social e impedem que o mundo seja melhor do que ele, infelizmente, o é.
Djokovic sai marcado desse episódio. Perdeu muitos fãs. Deveria perder seus patrocinadores. Deveria ser banido de todos os torneios enquanto não se vacinar e desculpar-se perante o mundo por sua posição antivacina. Djokovic tem que entender que ele só é Djokovic porque se vale da posição que conquistou com muito esforço e talento, diga-se, e que o fez entrar no mundo daqueles que não se pertencem mais, e, por isso, influenciam pessoas querendo ou não. Não há escolha nesse caso. Você se torna exemplo (para o bem ou para o mal) para muitos. Djokovic está neste mundo porque escolheu, e, ao escolher, deveria saber que há tributos a serem pagos e os cidadãos desse mundo que ele vive não estão medindo esforços para combater esse vírus letal. Ele deixou de ser o Novak que nasceu em Belgrado há 34 anos. Hoje ele é o tenista número um do mundo, abraçado por milhões de fãs. Só no Instagram ele tem mais de 10 milhões de seguidores, onde a maioria se espelha em suas atitudes. Ele não se pertence mais, torno a dizer, ele é do mundo, insisto, porque escolheu esse caminho. E quem escolhe esse caminho tem que entender isso: perde-se a identidade e torna-se cidadão de todos. Seus gestos não pertencem mais ao anonimato; seus gestos influenciam pessoas, porque ele é admirado, idolatrado, amado, exatamente por ser quem é. Morasse Djokovic num bairro qualquer de Belgrado e fosse um profissional comum, não influenciaria milhões. Suas opiniões e posições diriam respeito a ele próprio e, talvez, aos poucos que o circundariam. Por isso, ao ser quem é e numa época de sofrimento mundial, ajudar no combate ao vírus maldito é necessário; ignorá-lo é um crime que se pratica contra a humanidade.
Disse Scott Morrison, primeiro ministro australiano ao decidir pela expulsão de Djokovic do país oceânico: "Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante a pandemia e esperam justamente que os resultados desses sacrifícios sejam protegidos". Stephen Lloyd, advogado do governo no julgamento que decidiu pela expulsão do tenista do país, ponderou em sua argumentação: "Com ou sem razão, ele está endossando uma visão antivacina". E isso os australianos não querem e nem admitem. Em outras palavras, não vai ser um negacionista que vai jogar na lata do lixo todo o esforço de um país que luta incansavelmente para mitigar os danos do vírus e retomar o ritmo de vida de outrora, quando todos podiam sair despreocupadamente de casa para trabalhar, estudar e se divertir. A maioria das pessoas que habita o planeta tem se esforçado para vencer essa pandemia. Elas estão se sacrificando e não pode um personalidade confusa dessas que vai influenciar pessoas e mudar a rota de uma estrada que vem sendo percorrida com muito sacrifício em direção à retomada da normalidade.
É um perigo dar voz a gente dessa laia, pois elas contaminam como vírus, são parceiras da Covid-19, abrem caminho para que o vírus se propague, pois, ao não se vacinarem e defenderem a não-vacinação, pregam deixar portas e janelas abertas de suas casas para que o inimigo entre sem qualquer resistência. Negar a eficácia da vacina, aprovada pelo mundo científico, através de estudos e muita dedicação, noites sem dormir, dias alimentando-se economicamente para não se perder tempo à procura da resposta que todos esperam, negar a eficácia da vacina, que tem diminuído dramaticamente os estragos da Covid-19, é ignorância pura, é jogar na rede uma bolinha que pingou na sua quadra e se apresentou propícia para um smash vencedor, smash esse que ajuda a pavimentar a estrada rumo às vitórias e aos títulos.
Djokovic deixa a Austrália derrotado. Perdeu para si próprio. É muita burrice.

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