
Hoje um dos melhores técnico do mundo, Pep Guardiola era conhecido por sua classe dentro de campo e teve uma carreira de sucesso na década de 90, com passagens pelo Barcelona e pela seleção espanhola. Revelado no Palmeiras, Amaral foi um volante com uma longa trajetória no futebol com diversos clubes no currículo e marcou diversos craques no mundo, incluindo Zinedine Zidane.
O caminho desses dois personagens um dia se cruzou em uma partida válida pela Liga do Qatar, em 2004. E, ao contrário do que se possa imaginar, não foi o jogador brasileiro quem precisou sujar o calção e correr atrás do astro.
"O Amaral jogava no Al Ittihad e estava comendo a bola. Ele, com aquele fôlego corria o tempo todo do ataque para defesa e eu queria marcá-lo. Com 30 minutos eu já estava morto. O Guardiola pegou no meu braço e disse: 'Você não tem que correr atrás dele. Eu que sou volante é que preciso correr atrás dele. Você tem que ser o cara que irá decidir o jogo pra gente'", contou Oliveira, ex-atacante do Al-Ahli, atualmente treinador da Caldense-MG, ao ESPN.com.br.

O ex-volante do Palmeiras, que antes da carreira nos gramados trabalhava como agente funenário em Capivari, interior de São Paulo, não viu mais a cor da bola.
"Depois disso, eu acabei jogando bem. Ele me indicava muito bem o posicionamento e isso era ótimo. Ele marcou muito bem o Amaral, que depois disso não jogou. Pediu até para o treinador mudar o posicionamento dele na partida (risos)", recordou.
Ambos eram comandados por José Macia, o Pepe, ídolo do Santos de Pelé. Os ensinamentos do ex-capitão do Barça estão na memória do brasileiro até hoje.
"Impressionante que um cara multicampeão falou para mim com toda humildade, é um exemplo que sempre conto aos meus jogadores. Você precisa estar buscando o tempo todo. Se ele, que era um cara consagrado, queria, imagina para quem está começando. Precisa ser buscar um algo a mais".
"Aprendi demais com ele, já tinha liderança natural e era nosso treinador dentro de campo. Eu evolui muito taticamente. Um cara do bem. Dizia que adorava o futebol brasileiro e que a seleção da Copa do Mundo de 82 era a inspiração da vida dele".
BRONCA DE BATISTUTA
Revelado pelo São Paulo na mesma geração de Kaká e Júlio Baptista, no começo dos anos 2000, Oliveira foi emprestado pelo time do Morumbi ao Al Ahli em 2004.
Além de Guardiola, a Liga do Catar contava com astros como o zagueiro espanhol Fernando Hierro, o meia alemão Stefan Effenberg e o atacante argentino Claudio Caniggia. Outro adversário de peso foi Gabriel Batistuta, que jogava no Al Arabi. Oliveira levou uma "bronca" do lendário centroavante.

"A gente brigando para se classificar para a Copa do Emir e o jogo estava equilibrado em um 3 a 3. Eu tinha feito dois gols. Daí, uma bola dividida eu dei um carrinho e ele ficou em pé. Foi firme, a bola espirrou. Ele disse em um português claro: 'Oliveira, aqui não é Fla-Flu, não. Estamos aqui para ganhar um dinheiro e trabalhar, não precisa ser ríspido'", contou.
"Fiquei sem graça pra caramba, queria mostrar serviço e até pedi desculpa. Ele aceitou numa boa (risos). Fiz um gol neste jogo, mas o Batistuta fez uns 27 gols na temporada e foi o artilheiro", disse.
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