O Barcelona tem alguns dos maiores craques do futebol mundial. E, também, algumas das maiores celebridades do esporte. Messi, Neymar e Suárez formam o supertrio que encanta o mundo da bola e do marketing.
Iniesta é ídolo em quase toda a Espanha, fato raro para um jogador do clube catalão; Piqué é um fenômeno das redes sociais - para o bem e para o mal. Arda Turan é o maior jogador da Turquia, um dos países mais apaixonados pelo futebol.
Entre tantos nomes maiúsculos do esporte mais popular do mundo, Sergio Busquets é quase um extraterrestre. Tímido e desajeitado, o volante de 27 anos passa longe do perfil de craque midiático. Mas deve entrar nas notícias nos próximos meses, à sua própria revelia: ele deve tornar-se um dos nomes mais comentados no fim da temporada.
O "craque invisível" foi fundamental para os dois times mais vencedores da história do clube - era peça importante no time de Pep Guardiola, ganhador do primeiro triplete; tornou-se imprescindível na equipe de Luis Enrique, que ganhou cinco títulos em 2015 e já acumula 32 jogos invicta, quebrando todos os recordes do conjunto azul e grená.

Tão fundamental que, mesmo nesta sequência de 32 partidas sem perder, o Barcelona sofreu quando seu camisa 5 não esteve em campo. Contra o Las Palmas, no último sábado, Busquets estava suspenso: vitória sofrida, por 2 a 1; diante do Levante, no começo do mês, o volante só entrou aos 22 minutos da segunda etapa: o Barcelona teve problemas para vencer por 2 a 0.
Em três dos cinco empates da sequência inédita de jogos invictos, "Busi" não estava: ele não foi relacionado nas igualdades contra o Villanovense (0 a 0) e o Valencia (1 a 1), pela Copa do Rei, e ficou no banco durante todo o duelo contra o Bayer Leverkusen (1 a 1) na última rodada da fase de grupos da Champions League.
Na Liga Espanhola, Busquets é o quarto jogador em número de passes, o primeiro entre os do Barcelona, com 1497, média de 65 por partida. O catalão só é superado por Toni Kroos e Luca Modric, do Real Madrid, e pelo veterano Roberto Trashorras, do Rayo Vallecano.
Já na Champions League, se computados apenas os jogos da fase de grupos - em que não enfrentou o Leverkusen e foi substituído no intervalo contra a Roma no Camp Nou - Busquets é o segundo do Barcelona, com 364 passes, oito a menos que Piqué. A precisão do volante: 95% de acerto.
Os números se casam com características que, muitas vezes, só são possíveis observar no campo: Busquets intercepta muitas bolas, sim; comanda a saída de jogo do time, também; mas seu trabalho mais impressionante é no conceito que alguns treinadores chamam de "dissuasão do passe" - colocar-se na linha da bola e forçar o adversário a não dar o passe que gostaria, optando por uma ação pior. Com isso, o time ganha preciosos segundos para se recompor.

Só que, apesar de todas as qualidades que tem colocado a serviço do Barcelona, Busquets não tem o futuro assegurado no clube. O volante tem contrato até 2019, assinado no meio do ano passado, mas não esquece uma promessa do presidente Josep Maria Bartomeu: um aumento salarial que o colocaria como um dos quatro jogadores mais bem pagos do elenco, atrás apenas de Messi, Neymar e Iniesta.
O Barcelona só pode assinar um novo contrato, com o incremento salarial, após o final da temporada, quando fechar o balanço financeiro. Há pelo menos dois grandes interessados nos serviços do camisa 5: justamente dois dos clubes mais endinheirados do mundo - PSG e Manchester City.
No clube parisiense, o atrativo seria financeiro: finalmente, um salário de craque de primeiro nível do futebol mundial. Já no Manchester City, além de dinheiro, ele teria de volta a seu lado o treinador que o tirou do anonimato - Pep Guardiola, que lhe deu a posição de titular, no lugar do badalado Yaya Touré, quando assumiu o Barcelona.
No início deste mês, em uma entrevista à ESPN, Busquets não teve dúvidas ao falar sobre os motivos que o tirariam do Barcelona.
"Sempre disse que só há duas pessoas que poderiam mudar minha decisão de estar aqui: uma é minha mulher, que é daqui e torce pelo Barcelona, então não acho que haverá problema, isso a nível pessoal; e em termos esportivos, seria Guardiola: é claro que eu devo muito a ele e para mim seria uma honra trabalhar com ele outra vez, mas ele sabe que meu clube é este, e o clube dele também é este... Ele sabe que que o melhor para mim e para o Barcelona é que eu esteja aqui, não acho que ele vai me pedir", afirmou.
Para não perder seu craque invisível, o Barcelona precisa olhar para ele mais do que nunca.
'Craque invisível' espera aumento para ficar no Barcelona e frustrar Guardiola
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