A seleção brasileira de canoagem se recusou a participar do evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, na Lagoa Rodrigo de Freitas (mesmo local de competições onde será a Olimpíada).
Os atletas, incluindo o bicampeão mundial e medalha de ouro no Pan-Americano de Toronto-2015, Isaquias Queiroz, se queixaram de não receber salários da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) desde fevereiro.
"Não paramos de treinar, continuamos trabalhando, mesmo sem receber desde fevereiro da confederação", disse Isaquias, ao Sportv.
Os dois outros integrantes do time, Erlon Silva e Ronilson Oliveira, também fizeram parte do protesto.
As condições de hospedagem também foram alvo do protesto dos três atletas. Eles ficaram na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx) nesta semana.
"Queria saber em qual o hotel o presidente está dormindo?", questionou Isaquias, se referindo a João Tomasini Schwertner, presidente da CBCa.
"A gente não está passando fome e não está sem dinheiro. A gente está aqui para protestar contra as coisas erradas e a falta de respeito da confederação. Isso não vem de agora. Nós temos campeões mundiais, estamos fazendo um trabalho bonito mesmo sem apoio deles. Com o COB (Comitê Olímpico do Brasil) e as leis de incentivo está tudo certo", afirmou Nivalter Santos, atleta da seleção.
"O presidente disse que vai colocar o time B. Que coloque. Quero ver se eles têm o mesmo desempenho e conseguem as mesmas coisas bonitas que nós temos conseguido. Eu acredito que vai acontecer uma punição por isso, mas não estou preocupado agora. Eu só quero respeito", completou.
Após a acusação dos atletas, o presidente da confederação se defendeu. "Eles (atletas) não estão desassistidos. R$ 88 mil por mês (valor pago a toda a equipe) não é coisa de desassistido. O BNDES paga por projetos desde que começou a nos patrocinar, em 2012. O projeto Lagoa Santa (centro de treinamento dos atletas da canoagem) precisou de um documento ambiental que demorou 105 dias para chegar, e por isso o pagamento não foi feito. Intercedemos em novembro e procuramos o COB (Comitê Olímpico do Brasil) para que os atletas não ficassem desassistidos", disse, segundo o UOL Esporte.
Seleção de canoagem protesta e se recusa a competir por falta de salário
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