Recorde negativo e perigoso: Clubes cariocas são os líderes em trocar técnicos. Veja os números!
O futebol carioca passa por um momento delicado. Dois times lutam para não cair para à Série B do Brasileirão: Botafogo e Vasco.
Para piorar, o time de São Januário demitiu o seu treinador, o português Ricardo Sá Pinto. O profissional europeu trabalhou sem receber salários e inconformado por não concluir o seu projeto.
O Fluminense vinha bem, mas perdeu o comandante que tinha colocado o tricolor nos trilhos. Odair Hellmann preferiu ganhar uma fortuna nos Emirados Árabes, antes que o jogo virasse e fosse demitido. Desde a sua saída, o Flu ainda não venceu.
Até o Flamengo, super campeão de 2019, mandou embora o catalão Domènec Torrent e trouxe o jovem Rogério Ceni para o seu lugar.
O time piorou sem o auxiliar de Pep Guardiola. Foi eliminado da Libertadores e Copa do Brasil no prazo de 20 dias. E está a sete pontos do líder São Paulo no Brasileirão. Com o treinador europeu, a diferença era menor, apenas um ponto.
Conhecido por sua "excelência" de organização, o Flamengo ainda mantém Dome em sua folha salarial. Motivo: ele tem contrato com o Flamengo, porque o clube não pagou a multa rescisória.
Demitir o treinador catalão ainda vai custar caro, dentro e fora de campo. Domènec foi desligado no dia 9 de novembro. Se ele assinasse a rescisão no dia seguinte, a multa seria de 1,8 milhões de euros (cerca de R$ 11,4 milhões). Ela é referente ao tempo que falta para o contrato dele acabar. O Flamengo negocia o parcelamento dessa dívida, ou seja, o técnico catalão segue recebendo o salário normalmente.
Enquanto isso, o país do futebol vai ficando com o nome sujo na Europa, a falta de palavra virou a bola da vez.
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Demitir técnico virou a fórmula mágica dos desorganizados e incompetentes dirigentes cariocas para fazer o time jogar bola. Eles estão na contramão do verdadeiro futebol.
Dois times não demitiram treinadores e estão colhendo frutos. Casos do Grêmio com Renato Gaúcho, o treinador mais longevo da elite do futebol brasileiro, e do São Paulo de Fernando Diniz, o segundo técnico com mais tempo comandando um clube.
Mas depois desses exemplos positivos, voltemos ao tema deste Blog. Até a 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, 23 técnicos foram trocados pelos principais clubes da Série A.
O recorde na era de pontos corridos (2003-2020), nesse período de 27 jogos, foi de 31 treinadores desligados em 2003. Com certeza, alto nos dois torneios.
Entre 2011 até agora em 2020, o Vasco foi o clube que mais trocou de técnico: 21 vezes com 18 treinadores. Por coincidência já tomou um não de Zé Ricardo, treinador que comandou o clube recentemente. Ação e reação. Além da pressão, quem quer ficar sem receber salários em clubes com péssima administração?
Ainda nesta década, o Flamengo foi o segundo time com 20 mudanças e 18 treinadores.

Outro carioca, o Botafogo, ocupa a terceira posição em números de trocas: 20 vezes com 16 técnicos.
O Fluminense ocupa a quinta posição, à frente do Inter, com 17 mudanças e 15 treinadores.
Grêmio e Corinthians foram os clubes com menor número de trocas: 10 mudanças com oito técnicos.
Se analisarmos as trocas de comandantes no século XXI, veremos apenas mudanças na ordem dos clubes, mas com os cariocas no topo da lista.
No período de 2001 até hoje, 30 de dezembro de 2020, o Flamengo é o recordista de mudanças de treinadores. O time rubro-negro trocou 45 vezes com 29 técnicos diferentes.
O Vasco é o segundo da lista com 44 trocas e 29 treinadores.
O Fluminense ocupa a terceira posição com 40 mudanças e 28 técnicos.
O Botafogo é o quinto, atrás do Atlético-MG, com o mesmo número de trocas (38) e mais opções de treinadores (34 a 28).
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O Grêmio também foi o clube que menos trocou de treinador no século XXI. Foram 24 mudanças com 21 técnicos diferentes.
Os mais de quatro anos de Renato Portaluppi no comando do tricolor gaúcho, está desde setembro de 2016, ajudou o Grêmio a evitar demissões e perder dinheiro.
Nesse período, o time conquistou vários títulos (Copa do Brasil de 2016, Copa Libertadores de 2017, Recopa Sul-Americana de 2018 e tricampeão gaúcho 2018, 2019 e 2020) e revelou jogadores importantes. No mês passado, o técnico renovou o seu contrato até fevereiro de 2021 quando termina a temporada.
Os dirigentes do futebol carioca poderiam seguir esse exemplo e evitar gastar dinheiro com rescisões contratuais caríssimas com às demissões de técnicos. Usar o capital para reforçar o time. Apostar em um treinador com o perfil, tradição do clube e ir até o fim.
Pelos números apresentados, está provado de que na maioria das vezes trocar de treinador não muda nada. Apenas disfarça por alguns dias, meses, os erros de gestões amadoras.
Os clubes cariocas são gigantes e merecem muito mais do que isso!
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