No Dia da Consciência Negra, cinco ídolos brasileiros que fortaleceram a minha paixão pelo esporte!
Barbosa: o goleiro da seleção brasileira na Copa de 1950, ensinou como o ser humano pode ser cruel por uma fatalidade. Ele morreu meio século depois com o peso de ter sido acusado de um erro que não era sua culpa. A derrota por 2 a 1 para o Uruguai, no Maracanã, na final do Mundial, foi atribuída a ele por causa do segundo gol do uruguaio Ghigghia. Barbosa fez história e foi multicampeão no Vasco da Gama, o primeiro clube a aceitar negros no clube. Ainda me emociono quando vejo uma entrevista dele, na década de 1990, sobre a tristeza que carregava como legado. “No Brasil, a pena máxima (de prisão) é de 30 anos, mas pago há 40 por um crime que não cometi”, disse emocionado. Barbosa mostrou como julgamentos e linchamentos públicos podem acabar com uma vida. Graças a Deus, ele não viveu a era das redes sociais. O considero um ídolo, pela força de sobreviver a tantos massacres em um país que não respeita as nossas próprias raízes.

João do Paulo: um atleta inesquecível do salto e que me levava às alturas nas competições. João Carlos de Oliveira carregou por 41 anos o recorde mundial do salto triplo conquistado nos Jogos Pan-americanos da cidade do México, em 1975. João do Pulo é um dos maiores personagens da história do nosso atletismo. Ele conquistou duas medalhas de bronze, no salto triplo, em dois Jogos Olímpicos: Montreal (1976) e Moscou (1980). Em Jogos Pan-Americanos foram quatro medalhas de ouro: Cidade do México (1975), salto triplo e salto em distância, e San Juan (1979), salto triplo e salto em distância. João do Pulo virou minha referência no atletismo. Na infância, pratiquei a modalidade na escola. Quis o destino que a carreira do atleta fosse brutalmente interrompida aos 27 anos de idade. João do Pulo perdeu uma perna em um acidente automobilístico. Ele morreu em 1999 aos 45 anos.

Marta: o que ela fez e faz pelo futebol feminino no Brasil mereceria todas as honrarias possíveis. A atacante Marta Vieira da Silva é uma craque dentro e fora de campo. A alagoana já foi escolhida como a melhor futebolista do mundo por seis vezes, sendo cinco de forma consecutiva. Um recorde não apenas entre mulheres, mas também entre homens. Vencer em um país preconceituoso, onde futebol não era coisa de menina, faz dela uma mulher gigante. Marta, a Rainha do futebol, é sem dúvida um ídolo que presto todas as reverências e está no meu álbum das grandes personalidades da história do esporte.

Gérson: um craque do basquete! Gérson Victalino era o representante negro na histórica vitória brasileira contra os Estados Unidos nos Jogos Pan-Americanos em 1987. Na competição, o pivô fez 62 pontos e foi um dos personagens fundamentais para o ouro mais importante da história do nosso basquete. Gérson estreou na seleção com 20 anos e esteve em três Olimpíadas: Los Angeles 1984, Seul 1988 e Barcelona 1992. Gérson é o maior recordista de jogos pelo Brasil com 63 partidas. Além do ouro em 1987, faturou a medalha de prata no Pan de 1983. Na minha adolescência, não perdia um único jogo do timaço brasileiro e Gérson era um dos meus ídolos. O atleta mineiro morreu em abril aos 60 anos.

Janeth: outro talento do basquete brasileiro está entre os meus ídolos. Janeth Arcain era uma craque das quadras. Ela fez história ao lado da dupla Hortência e Paula. Como ala-armadora, ela fazia um estrago nos adversários e jogava muito. Com garra e energia, Janeth foi campeã Mundial na Austrália, em 1994, e vencedora de duas medalhas olímpicas: prata (Atlanta, 1996) e bronze (Sidney, 2000). Em Pan-Americanos, conquistou mais três medalhas: ouro (Havana, 1991), prata (Indianápolis, 1987 e Rio de Janeiro 2007). Janeth é a terceira maior pontuadora da história da seleção, tendo anotado 2.247 pontos em 138 jogos oficiais, média de 16,3 pontos por jogo. A cada cesta dela vibrava com a maior emoção que o esporte nos proporciona.

Fonte: Carlos Sartori
No Dia da Consciência Negra, cinco ídolos brasileiros que fortaleceram a minha paixão pelo esporte!
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