4 desastres em 3 anos: Alemanha se acostumou com o constrangimento

Depois de uma boa atuação contra a Romênia no sábado, apesar do placar de 1 a 0 e ter sofrido alguma dificuldade, a Alemanha encerra a primeira leva de jogos das eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 com uma de suas maiores derrotas na história.
A seleção quatro vezes campeã do mundo perdeu nesta quarta-feira, em casa, por 2 a 1 para a Macedônia do Norte, que figura atualmente na 65ª posição do ranking da Fifa. E poderia ter sido ainda pior, já que não foi marcado um pênalti claríssimo após Emre Can ter tocado a bola com o braço na área quando o jogo estava em 1 a 1.
Esta foi a terceira derrota na história da Alemanha em eliminatórias para a Copa do Mundo, sendo que havia perdido para a Inglaterra (5 a 1) em 2001 e para Portugal (1 a 0) em 1985. Coincidentemente, os outros dois reveses também tinham sido em casa.
Os germânicos vinham de uma invencibilidade de 35 jogos na competição qualificatória e tinham triunfado nos últimos 18, sendo que não deixavam pontos pelo caminho desde o 4 a 4 com a Suécia em outubro de 2012.
Mais emblemático do que esses dados em si é para quem a Alemanha perdeu. Embora esteja longe de pertencer ao último escalão de forças da Europa, a Macedônia do Norte jamais havia vencido um jogo competitivo contra uma campeã mundial. Talvez seu grande triunfo até esta quarta tenha sido um 2 a 0 sobre a Croácia, em casa, pelas eliminatórias da Eurocopa em 2007.
Além disso, a seleção só estreará em uma grande competição na próxima Euro - isso porque foi a vencedora de seu caminho na Liga das Nações, que envolvia times da divisão D. Caso o processo de classificação fosse o tradicional, exclusivamente por meio de eliminatórias, possivelmente esse debute não ocorreria.
De acordo com o FiveThirthyEight, site parceiro da ESPN que usa uma série de combinações matemáticas para calcular as probabilidades jogo a jogo e nas competições como um todo, a chance de vitória da Macedônia do Norte antes do jogo era de 3%, enquanto os alemães tinham 87% - além de 10% de probabilidade de empate.
De qualquer forma, um tropeço gigantesco deixou de ser surpresa para a Alemanha. Depois de sua pior participação em Copas do Mundo, ao ser eliminada na fase de grupos de 2018, algo inédito em sua história, a seleção quatro vezes campeã do mundo amargou no campo o rebaixamento na divisão A da Liga das Nações 2018-19 ao terminar na última colocação de seu grupo com dois pontos, cinco a menos do que França e Holanda. Este descenso, ocorrido no mesmo ano do Mundial, só não se confirmou por conta da mudança do regulamento para a edição seguinte.
Na mesma Liga das Nações, em novembro de 2020, a Alemanha perderia por 6 a 0 da Espanha, um resultado que não levava desde 1934, quando caiu para a Áustria pelo mesmo resultado. A diferença no placar foi ainda maior do que o icônico 8 a 3 que sofreu da Hungria na Copa do Mundo de 1954.
Já agora, na Data Fifa seguinte, um novo desastre, o que vai tornando cada vez mais melancólico o fim da passagem de Joachim Low, alguém que fez um trabalho tão longo e tão profundo no futebol germânico.
Hoje, a preocupação na Eurocopa parece muito mais de evitar um novo constrangimento do que pensar em brigar pelo título. Não pelo potencial dos nomes que tem à disposição (sem mencionar Thomas Muller, Mats Hummels e Jérôme Boateng, que ainda teriam facilmente espaço no elenco e entre os titulares, no caso dos dois primeiros), mas pelos resultados inexplicáveis para uma era um dia chocou o mundo do futebol pelo 7 a 1 no Brasil e um título mundial no currículo. Hoje, continua chocando, mas por um motivo nada vanglorioso.
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