Koeman está certo: há, sim, futuro no Barcelona

A fala de Ronald Koeman após a eliminação do Barcelona na Champions League diante do Paris Saint-Germain foi objetiva e sensata.
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Se o craque argentino fez sua última partida no torneio com a camisa azul-grená, esta trajetória tem um fim melancólico pelo 8 a 2 em 2019-20 e a queda nas oitavas em 2020-21, a mais precoce do clube desde 2006-07, quando foi eliminado também nesta fase. Porém, ao mesmo tempo, o torcedor catalão deixa a competição com uma sensação de esperança, algo muito valioso para quem viveu terra arrasada nos últimos meses.
Mesmo que não esteja hoje na primeira prateleira do continente, o Barça vê seu futuro a curto prazo sendo bem mais empolgante que o passado recente, uma situação bem diferente de quando o time de Quique Setién foi atropelado pelo Bayern de Munique no último mês de agosto.
Há mostras individuais e coletivas que deixam claro este cenário. Os catalães ostentam no momento a maior invencibilidade em uma liga nacional entre as cinco principais da Europa, com 13 vitórias e três empates nos últimos 16 confrontos, sendo que não perdem há mais de três meses em LaLiga. O título voltou a ser uma possibilidade, já que está seis pontos atrás do Atlético de Madrid, rival que ainda enfrentará mais uma vez.
Além disso, o time de Koeman tem dado demonstração de força em jogos grandes, como a remontada conseguida diante do Sevilla, que o deixa a um jogo (final contra o Athletic Bilbao) de uma taça importante. OK, é a terceira mais relevante, e ainda é pouco para um clube detsa magnitude, mas amenizaria - e muito - a pressão que viria por uma segunda temporada seguida sem levantar troféus. Antes de 2019-20, a última vez que o Barça havia terminado uma campanha sem dar uma volta olímpica fora em 2008.
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Outro fator a se destacar foi a maneira como o Barcelona se comportou no Parque dos Príncipes nesta terça-feira. Ainda que o ritmo tenha caído no segundo tempo, quando o PSG conseguiu administrar sem grandes problemas o 1 a 1 no placar, os franceses passaram apuros no primeiro tempo, em que o Barça manteve alta intensidade, organização e concentração, a não ser pelo pênalti infantil de Lenglet. Os visitantes fizeram o suficiente para ir ao intervalo com uma vantagem de um ou dois gols de vantagem. Keylor Navas é mercedor muitos elogios pela classificação dos parisienses às quartas.
Porém, o ponto em que mais gostaria de tocar no que diz respeito à declaração do técnico holandês é como o Barcelona apresentou grandes notícias no seu elenco em 2020-21. Cito quatro nomes de diferentes realidades dentro do elenco como bons exemplos.
Ronald Araújo: O zagueiro uruguaio fez nesta temporada 21 das 27 partidas com a camisa azul-grená e teria feito muito mais, não fossem as lesões - inclusive, esse foi o motivo de ele não ter atuado nos duelos com o PSG. De qualquer forma, o uruguaio de 22 anos já mostrou estar pronto para ser uma peça de confiança de Koeman.
Frenkie de Jong: Depois de uma primeira temporada de adaptação, na qual rendeu abaixo do esperado, seu futebol melhorou muito, e o meio-campista também tem exercido uma influência enorme do jogo do Barcelona. Dono de um passe muito refinado, o atleta de 23 anos tem se movimentado de forma intensa e inclusive pisando na área muitas vezes para concluir as jogadas – com seis gols, ele é o artilheiro entre os não-atacantes do elenco em 2020-21 e ainda é o quarto principal garçom do Barça na temporada com cinco assistências. Como já escrevi outra vez por aqui, De Jong é a melhor notícia do time dentro nas quatro linhas nesta campanha.
Ilaix Moriba: Com apenas 18 anos e seis partidas pela equipe principal, o meio-campista está ainda longe de ser uma realidade, mas o nível e a personalidade apresentados por ele desde sua estreia em LaLIga há um mês o colocam como mais um argumento a favor de um futuro promissor no Camp Nou.
Pedri: Uma das grandes revelações do futebol europeu na temporada. Antes mesmo de ter completado 18 anos no fim de novembro, o meio-campista já estava estabelecido como titular e hoje já disputou 39 partidas pelo Barça, sendo o sexto nome de linha com mais minutos em campo. Mais do que o tempo, ele mostra qualidade. Importante taticamente, o jovem apresentou uma grande personalidade para jogar – e bem – em um Barça tentando superar tantos problemas dentro e fora de campo. O que ele fez já foi impressionante por si só, e o cenário adverso que teve de lidar só engrandece ainda mais sua temporada.
Outros pontos a serem mencionados são a melhora de Sergiño Dest, que passou a ser uma opção mais interessante na formação com três zagueiros. Com grande capacidade ofensiva e para o drible, o lateral-direito de 20 anos não começou bem em sua primeira campanha pelo Barça, mas ganhou a confiança de Koeman nos últimos jogos.
Além disso, Ousmane Dembélé voltou a atuar constantemente. Depois de ter sofrido com contusões na campanha passada e ter só atuado nove vezes (cinco como titular) e totalizando 494 minutos, o atacante de 23 anos ainda está longe de justificar o altíssimo investimento, mas voltou a atuar regularmente e passou a ser uma peça importante neste Barcelona em reformulação. Rápido, de bom drible e criando boas chances, ele ainda peca em tomadas de decisão, mas já mostrou que pode ser uma peça importante para o futuro do time. Até porque há, sim, futuro no Barcelona.
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