'Vira-casacas' e bolas especiais: lenda do Schalke relembra histórias de clássico com Dortmund e analisa crise do clube
Este sábado é dia do maior clássico da Alemanha. O Schalke 04 recebe o Borussia Dortmund na Veltins Arena, em Gelsenkirchen, para um duelo cheio de atrativos, embora a rivalidade em si só já seja o bastante para chamar atenção de qualquer fã de futebol.
Os dois times fazem uma Bundesliga abaixo da expectativa, embora a situação dos visitantes seja muito menos desconfortável. A equipe aurinegra está na sexta colocação e ainda sonha com um lugar no G-4, enquanto a disputa dos Azuis Reais é para evitar o rebaixamento à segunda divisão, competição que disputou pela última vez em 1990-91.
Nada como um clássico para ensaiar uma reação na temporada – ou para agravar ainda mais uma crise. Dessa forma, o duelo deste sábado tem todos os ingredientes para ser mais um memorável dérbi do Vale do Ruhr.
Histórias deste jogo não faltam, e algumas delas foram relembradas por Olaf Thon, lenda do Schalke. Revelado pelo time de Gelsenkirchen, o ex-meio-campista jogou com a camisa azul entre 1983 e 1988 e retornou em 1994 após passagem pelo Bayern de Munique, antes de ser aposentar em 2002. Ele conquistou um título Copa da Uefa e dois da Copa da Alemanha pelo clube.

“Eu joguei com Andreas Möller em 2000, embora ele tenha jogado quase 10 anos pelo Borussia Dortmund. Isso foi especial. Eu e o Andreas Möller estivemos em campo pelo Schalke e ganhamos de 4 a 0. No gol (do Dortmund) estava o Jens Lehamnn, que tinha jogado pelo Schalke. Foi na realidade o grande jogo que fiz. Nós quase fomos campeões alemães em 2001. Na ocasião, o doutor Markus Merk (árbitro) interferiu, e nós infelizmente não fomos campeões pela primeira vez desde 1958”, afirmou em entrevista virtual o hoje embaixador do Schalke. A presença de dois 'vira-casacas' chama atenção pela raridade do fato ao longo da história, tendo em vista a grande rivalidade entre duas equipes de cidades que estão separadas por cerca de 35 km.
A goleada por 4 a 0 na casa do rival só não foi coroada com o título naquela temporada, porque o Bayern de Munique ficou um ponto na frente, graças a um gol no final da partida contra o Hamburgo, pela última rodada. Patrik Andersson mandou à rede após uma falta indireta dentro da área, que foi marcada pelo árbitro Markus Merk, e definiu a vitória por 1 a 0. O fim do sonho do Schalke que segue sem conquistar o título do campeonato desde 1958.
Outra lembrança de Thon sobre o clássico não diz respeito a uma partida específica.
“Nós jogávamos (em Dortmund) com uma bola Derbystar, sempre uma bola Derbystar branca que voava melhor que todas as outras na Bundesliga. Por isso eu sempre gostei de jogar em Dortmund. Primeiro, é onde está sempre com o estádio cheio e com uma atmosfera contrária. Em segundo lugar, se você acertasse bem a bola, poderia chutar de 30, 40 metros e as bolas voavam simplesmente de forma magnífica.”
Embaixador do Schalke 04 relembra jogos contra o Borussia Dortmund e destaca que bola voava de forma 'magnífica'
Agora, os torcedores do Schalke só querem saber de a bola entrando na rede, seja de uma forma bonita ou feia. Com apenas uma vitória, o time soma nove pontos e está na última posição. A diferença é de nove pontos para o Arminia Bielefeld, que está em 16º e hoje disputaria um playoff para seguir na elite.
O Schalke, que abriu a competição levando 8 a 0 do Bayern, tem o pior ataque (15 gols marcados) e a pior defesa (52 gols sofridos) após 21 partidas e, com Christian Gross, estÁ em seu quarto técnico diferente na temporada, após as saídas de David Wagner e Manuel Baum, além da curta passagem interina de Huub Stevens.
"Tivemos muitos problemas, muitas lesões no começo da temporada, a expectativa era alta, mas estamos no quarto treinador com Christian Gross, o que mostra os problemas que estamos encarando, já que não é uma situação normal para um clube da Bundesliga", declarou Thon, que como jogador ainda foi vice-campeão mundial pela Alemanha em 1986 e campeão em 1990, além de ter disputado a Copa de 1998.
“É muito importante que o clube siga junto, não só dentro como fora de campo”, afirmou o ídolo dos Azuis Reais, que ainda apontou os jovens como um caminho. Um dos que apareceram de forma positiva foi o atacante Matthew Hoppe, que marcou um hat-trick na única vitória do time: 4 a 0 sobre o Hoffenheim em 9 de janeiro.
Com cinco gols na Bundesliga, o atacante norte-americano de 19 anos é disparadamente o artilheiro do time na competição – nenhum outro atleta do elenco tem mais do que dois gols.
Hoppe tem mostrado aos torcedores do Schalke que a esperança é a última que morre. E um clássico é uma grande oportunidade para fortalecê-la.
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